Foi um FC Porto maduro e eficaz aquele que venceu, na noite de sábado, o Sporting no Estádio do Dragão, por 3-0, um resultado pesado para os verde e brancos, mas que castiga a ineficácia dos homens de Rúben Amorim.
Num Clássico emotivo e jogado sempre com grande intensidade, os campeões nacionais tiveram a capacidade de marcar em momentos importantes da partida, contra um Sporting perdulário em 'dose' tripla e que cometeu erros, que acabaram ter um peso fundamental nesta primeira derrota da época.
Os leões até deram o primeiro sinal de perigo por Morita, mas esta jogada, porém, viria a contrastar com ascendente dos azuis e brancos, que conseguiram anular por largos minutos as saídas para contra-ataque do Sporting. O FC Porto foi mais capaz na reta final da primeira parte e conseguiu abrir o marcador por Evanilson, que marcou à beira do intervalo.
Após o intervalo, o Sporting protagonizou uma boa reação na segunda parte, mas, ao contrário de jogos anteriores nesta época e na passada, não foi eficaz na definição das jogadas de ataque, acabando por não aproveitar as oportunidades de golo que teve e cometendo alguns erros que deram origem ao avolumar da vantagem dos azuis e brancos.
O plano gizado por Rúben Amorim para a etapa complementar acabou por ruir quando, aos 72 minutos, Pedro Porro decidiu fazer de guarda-redes e evitou aquele que era um golo certo de Galeno. O espanhol foi expulso e Mateus Uribe converteu a grande penalidade assinalada por Nuno Almeida.
A jogar com menos um, o clube de Alvalade tentou, pelo menos, alcançar o golo de honra, mas acabou por abrir espaços nas costas da defesa que foram aproveitados pelo FC Porto. Galeno isolou-se e forçou António Adán a fazer penálti para evitar o terceiro golo. Ainda assim, o brasileiro acabaria mesmo por converter o castigo máximo que fixou o resultado final, uma vitória gorda que poderia ter chegado aos 4-0 não fosse a falta de Gabriel Verón sobre Fatawu, que ainda introduziu a bola na baliza 'leonina'.
Mas vamos às notas deste encontro:
Figura
Enorme exibição de Diogo Costa. Se o FC Porto não sofreu golos neste Clássico muito deve ao seu guarda-redes. O internacional português assinou três defesas absolutamente decisivas que impediram que o Sporting se relançasse na corrida pela discussão do resultado.
Surpresa
Galeno não tem sido uma das caras no onze titular de Sérgio Conceição, mas começa a justificar uma aposta entre os eleitos iniciais. Esta noite, o brasileiro foi lançado do banco de suplentes e voltou a ser preponderante, nomeadamente no cabeceamento que motivou a expulsão de Porro e no penálti sofrido e convertido para o terceiro golo do encontro.
Desilusão
Onde é que Pedro Porro estava com a cabeça quando colocou a mão na bola para evitar o golo de Galeno? É certo que o espanhol tinha a melhor das intenções até porque o penálti podia ser falhado, mas deixou a sua equipa reduzida a dez unidades e a atitude hipotecou as hipóteses de vitória do Sporting no Dragão.
Treinadores
Sérgio Conceição
Equipa muito bem montada pelo treinador portista. Sempre a pressionar alto e em grande intensidade ao longo dos 90 minutos, os azuis e brancos obrigaram o adversário a cometer erros que abriram caminho a uma vitória tranquila e justa. Foi muito bem explorada a já por demais evidente dificuldade do Sporting para ultrapassar a pressão adversária, à semelhança do que tinha conseguido fazer o Sporting de Braga na primeira ronda diante dos leões. Noite sem mácula dos campeões nacionais.
Rúben Amorim
Se há quem diga que a ausência de Paulinho dos eleitos dos leões dá à equipa outra mobilidade que não apresenta quando o ex-Sporting de Braga está disponível, a verdade é que a ausência de uma referência ofensiva, como é o internacional português, neste jogo mostrou que os leões não têm a capacidade de importunar os defesas adversários sem o seu camisola 20 em campo. A equipa não aparentou ter um fio de jogo definido, procurando sempre bolas na frente à espera que os jogadores mais ofensivos tentassem iniciativas individuais, mas o setor mais recuado do FC Porto foi sempre mais lesto a resolver essas situações.
Arbitragem
Trabalho bem conseguido da equipa liderada por Nuno Almeida. A experiência que o algarvio tem foi bem patente nesta partida, com o juiz, de 47 anos, a segurar bem o jogo. Bem nos penáltis e na expulsão de Porro.
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