Custou, mas o Sporting regressou, este sábado, às vitórias, ao visitar e derrotar o Santa Clara, por 2-1, depois de, na passada terça-feira, ter sido 'cilindrado' pelo Marseille, na terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, por 1-4.
Sem poder contar com várias peças importantes, devido a lesões e castigos, Mário Silva colocou uma equipa (muito) recuada, que desde cedo se revelou 'presa' simples para os leões, que não perderam tempo em instalar-se no meio-campo adversário, ainda que com sérias dificuldades em 'perfurar' o bloco insular.
No entanto, na primeira oportunidade de que dispôs, o conjunto orientado por Rúben Amorim apresentou eficácia máxima, e marcou. Marcus Edwards atirou para uma defesa incompleta de Gabriel Batista, e, na recarga, Hidemasa Morita marcou à antiga equipa, à qual pediu desculpa.
Os primeiros sinais pareciam apontar para um 'passeio' verde e branco, nos Açores, mas o segundo tempo trouxe um 'guião' completamente diferente, em que Antonio Adán se apresentou como o 'herói' de serviço, salvando a equipa em três ocasiões distintas.
Aos 47 minutos, negou o golo a Pedro Bicalho, após uma iniciativa individual do recém-entrado Kyosuke Tagawa. Aos 68, 'voou' para desviar um 'tiraço' de Ricardinho, e, aos 83, desviou para canto um remate certeiro de Bruno Almeida.
Quem não marca, arrisca-se a sofrer, e foi precisamente isso que aconteceu aos homens da casa, visto que, aos 90 minutos, Nuno Santos colocou a bola no fundo das redes à guarda de Gabriel Batista. Aos 90+5, Tagawa ainda marcou, mas já era tarde para 'sonhar' com outro desfecho.
Feitas as contas, com este triunfo, o Sporting passou a somar 16 pontos e ascendeu, provisoriamente, à quinta posição da I Liga. Quanto ao Santa Clara, que permanece com cinco pontos ao cabo de nove jornadas, é 16.º e antepenúltimo classificado.
Figura
‘Monstruosa’ será, porventura, a melhor palavra possível para descrever a exibição que Antonio Adán assinou, em Ponta Delgada. Depois do ‘pesadelo’ vivido a meio da semana, diante do Marseille, o guarda-redes espanhol reergueu-se, e, com três grandes defesas já no segundo tempo, segurou o triunfo do Sporting.
Surpresa
Não fossem os problemas físicos (que se vão tornando recorrentes), não haveria dúvidas de que Jeremiah St. Juste seria um ‘pilar’ da equipa do Sporting. O defesa-central esteve bem, não só a defender, como, especialmente, a atacar, dando, à ala direita do ataque, a dinâmica que Ricardo Esgaio não conseguiu dar.
Desilusão
Exibição negativa de Victor Bobsin, que pouco conseguiu acrescentar, quer à manobra ofensiva, quer à manobra defensiva do Santa Clara. Enveredou por picardias e foi, inclusive, o primeiro a ver o cartão amarelo… por pedir a Artur Soares Dias que exibisse o cartão amarelo a Nuno Santos, por suposta simulação.
Treinadores
Mário Silva: ‘Órfão’ de várias peças importantes, como Paulo Henrique, João Costinha ou Kenedy Boateng, o treinador dos insulares optou por uma estratégia demasiadamente conservadora, que caiu por terra logo aos 29 minutos, aquando do golo de Hidemasa Morita. Na segunda parte, libertou as ‘amarras’ e ficou a sensação de que, com este atrevimento, o Santa Clara podia mesmo ter alcançado outro tipo de resultado.
Rúben Amorim: Só o Sporting quis ter bola, no primeiro tempo, e, aí, soube ter a paciência necessária para esperar pelo momento certo para ‘ferir’ o adversário. No entanto, assim que o Santa Clara subiu linhas e aumentou a intensidade, a equipa deixou-se surpreender e só Antonio Adán a ‘salvou’.
Árbitro
Artur Soares Dias viveu um início de jogo complicado, com três lances de dúvida na grande área insular, que acabou por resolver (e bem). No primeiro, aos 17 minutos, assinalou falta de Gabriel Silva sobre Nuno Santos, mas consultou as imagens e corrigiu. Aos 20, ignorou os protestos de Paulinho por suposta mão na bola de Paulo Eduardo, e fez o mesmo quando, aos 27, Jeremiah St. Juste caiu e pediu falta de MT.
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