O FC Porto está, matematicamente, apurado para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, uma vez que aliou a goleada aplicada ao Club Brugge, em Bruxelas, por 4-0, ao empate a duas bolas entre Atlético de Madrid e Bayer Leverkusen.
A goleada sofrida diante deste adversário, em pleno estádio do Dragão, há cerca de duas semanas, foi um dos temas que mais deu que falar, nos últimos dias, mas os campeões portugueses em título rapidamente deixaram bem claro que tudo não passou de um 'acidente de percurso', ao encostar, desde cedo, os belgas 'às cordas'.
Mehdi Taremi, Evanilson e Stephen Eustáquio desperdiçaram oportunidades claras para inaugurar o marcador, no Jan Breydelstadion, mas, curiosamente, todos eles acabaram por se 'redimir', começando desde logo pelo internacional iraniano.
O ex-Rio Ave recebeu um passe brilhante de Otávio, aos 33 minutos, e atirou, em jeito, para o fundo das redes à guarda de Simon Mignolet, abrindo, desta maneira, caminho àquilo que se revelou uma vitória tranquila... ou perto disto.
Isto porque, logo no arranque do segundo tempo, David Carmo cometeu uma grande penalidade infantil sobre Mechelen, tendo Diogo Costa defendido o remate de Hans Vanaken a partir da marca dos 11 metros. Michael Oliver ordenou a repetição... e o guarda-redes voltou a negar o golo, desta feita, a Noa Lang.
Daí em diante, não mais os azuis e brancos saíram do meio-campo adversário. Evanilson fez o 2-0, aos 57 minutos, Stephen Eustáquio o 3-0, aos 60, e, finalmente, Mehdi Taremi fez o 4-0, aos 70, replicando, assim, a 'dose' que lhes tinha sido servida antes, pelos belgas.
Figura
Custa muito não entregar esta distinção a Diogo Costa, mas a verdade é que foi Otávio quem ‘desembrulhou’ o jogo. O internacional português assistiu para o primeiro e para o último golo da noite, ambos da autoria de Mehdi Taremi, e foi presença contínua, não só nas tarefas ofensivas, como também nas defensivas, quando o Club Brugge mais ‘apertou’.
Surpresa
Podia esperar-se um Stephen Eustáquio debilitado do ponto de vista psicológico face à expulsão ‘supersónica’ que protagonizou no Clássico diante do Benfica, do qual os dragões saíram derrotados, mas a verdade é que o luso-canadiano mostrou ‘nervos de aço’. Ajudou Matheus Uribe a gerir as operações no centro do terreno e o golo marcado foi a ‘cereja no topo do bolo’.
Desilusão
Mais um jogo no qual ficou à vista as deficiências que vão afligindo o jogo de David Carmo. O ex-Sporting de Braga foi importante a afastar o ‘chuveirinho’ dos belgas, no primeiro tempo, mas a infantilidade cometida no arranque do segundo podia ter custado (muito) caro, não fosse Diogo Costa a servir de ‘milagreiro’ e a defender a grande penalidade e a respetiva repetição.
Treinadores
Carls Hoefkens: O Club Brugge jogou, claramente, com o facto de já ter garantido o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, aplicando uma abordagem cautelosa que lhe garantisse o ‘pontinho’ e o respetivo estatuto de cabeça de série. Os belgas deram-se mal com o ‘chuveirinho’ e sofreram uma derrota merecida.
Sérgio Conceição: Um jogo muito conseguido do FC Porto, a fazer esquecer por completo o que aconteceu no primeiro ‘round’ diante do Club Brugge. Os dragões foram seguros a defender e acutilantes a atacar, pelo que, se não fosse a falta de eficácia denotada na primeira parte, o resultado podia até ter sido mais dilatado.
Árbitro
A noite de Michael Oliver fica marcada pela decisão de ordenar a repetição da grande penalidade assinada a favor do Club Brugge, mas as imagens confirmam que Stephen Eustáquio entrou demasiado cedo na grande área para afastar a bola. Fora isso, foi conseguindo gerir um jogo que, aqui e ali, teve momentos de maior dureza, mas que nunca ameaçou ‘descambar’.
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