Fernando Santos comentou nesta sexta-feira a renúncia de Rafa Silva à seleção nacional. O selecionador português garantiu que não fechou o dossiê e que a porta está aberta como sempre esteve, dando ainda casos práticos e recentes.
"Dossiês fechados não existem porque nunca existiram comigo. Desde que entrei na seleção, sempre disse que a seleção estaria aberta a todos os jogadores. Havia jogadores nessa altura, como o Tiago e o Ricardo Carvalho, que enviaram cartas a pedir recusa e que, depois, mudaram de opinião. Pediram à Federação para não considerar aquela carta, mas isso tem a ver com uma questão legal. O jogador não diz ao selecionador que não vem mais, no máximo pergunta se se importa", começou por dizer em entrevista à Sport TV.
Em relação à abertura para o regresso de Rafa, Fernando Santos não esconde a posição.
"Imagina que o telefone toca agora e o Rafa pede uma conversa sobre o assunto. Eu pergunto a hora e o local. Estamos a falar de um jogador que veio em 2016 [ao Euro], já tinha vindo com Paulo Bento em 2014 [ao Mundial] e esteve na última convocatória. Em outubro foi convocado, mas estava lesionado. Nessa altura, manifestou não ter capacidade de integrar os treinos por lesão. Mas nunca se fecharam as portas", acrescentou.
Para Fernando Santos, Rafa não tem nem nada a mais nem a menos que o Rafa que não jogava quando era chamado à seleção. Questionado sobre uma possível titularidade do jogador em caso de regresso, o selecionador deixou uma certeza.
"Este Rafa está a jogar como jogou sempre. Se o convoquei sempre... Se jogaria mais? É uma questão à qual os jogadores vão responder em campo. Neste Mundial vamos ter uma nuance diferente. No Euro, levámos 26 e só podiam ir 23 para jogo. Era mau porque havia sempre três que ficavam de fora. Nós preparávamos os jogos já a pensar que há três que não podem estar na ficha de jogo. Eu, o Deschamps, o Martínez, o Enrique, todos dissemos que levávamos os 26 se todos pudessem jogar", recordou, justificando, ainda a pouca utilização de Rafa Silva nas provas de seleções.
Fernando Santos voltou a mostrar abertura para conversar com Rafa Silva, mas admitiu que não via forçar decisões do jogador.
"Eu sempre estive disponível. Tenho de respeitar, é bom senso", concluiu.
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