O FC Porto carimbou o apuramento para os 'oitavos' da Taça de Portugal, esta terça-feira, ao vencer no reduto do Mafra (0-3), num jogo em que Eustáquio voltou a dar nas vistas com um golo e uma assistência e em que Galeno deu a 'estocada final'.

As principais oportunidades estiveram do lado dos dragões - com cinco alterações no onze em relação ao jogo do campeonato, diante do Paços de Ferreira (4-0) -, mas não se pode dizer que o Mafra não tenha tentado a sua sorte.

Logo aos sete minutos de jogo, Marcano correspondeu da melhor forma ao pontapé de canto cobrado por Eustáquio e adiantou os dragões na frente do marcador, sendo que o internacional canadiano trataria de assinar o segundo golo da equipa ainda antes do intervalo.

O conjunto de Ricardo Sousa ainda tentou reduzir a desvantagem, é certo, mas foi o FC Porto a sentenciar a partida com o terceiro e último golo, apontado por Galeno, já depois de Sérgio Conceição ter sido expulso por Hélder Malheiro, ao pontapear uma bola fora das quatro linhas.

O Mafra - que já tinha eliminado o Marítimo - já sabe que não vai conseguir repetir o feito da época passada, altura em que chegou às 'meias' da Taça de Portugal, permitindo ao FC Porto que se junte aos já apurados Lank Vilaverdense, Arouca e Varzim nos 'oitavos' da Prova-Rainha.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Stephen Eustáquio assistiu, marcou e, com isso, tornou-se na principal figura da partida, apesar de só ter jogado até ao minuto 60. O maior erro terá sido a perda de bola numa saída para o ataque, que permitiu ao Mafra assustar Cláudio Ramos, mas fora isso o internacional canadiano voltou a estar em destaque pela mobilidade que deu aos dragões em chegar ao último terço. A assistência e o golo apontados ainda dentro do primeiro tempo foram cruciais para o desfecho do jogo e da eliminatória.

Surpresa

Marko Grujic tem vindo a somar novamente mais minutos pela equipa de Sérgio Conceição e, esta terça-feira, não só alinhou do início ao fim da partida, como revelou ser uma das 'armas' mais importantes no momento de 'furar' as linhas do adversário, na tentativa de chegar com mais perigo à baliza de Renan. Ganhou vários duelos, intercetou algumas jogadas de perigo iminente e deu uma estabilidade notável para a estratégia de jogo imposta por Sérgio Conceição.

Desilusão

João Goulart não fez uma péssima exibição, mas acumulou alguns erros, que revelaram ser cruciais para o desfecho da eliminatória, nomeadamente no lance que abriu o ativo no Municipal de Mafra. Por momentos, o defesa comprometeu na hora de saída para o ataque e na formação da linha defensiva, a somar a alguns duelos perdidos e que foram preponderantes para que os dragões fizessem novo 'pressing' junto da baliza de Renan.

Treinadores

Ricardo Sousa não alterou a dinâmica de jogo da sua equipa em função do adversário, apesar de ter tido os devidos cuidados, pelo que isso vincou a personalidade do técnico em 'montar' a estratégia para o jogo desta terça-feira. O técnico de 43 anos promoveu alterações na equipa sempre de olho na possibilidade de reduzir a desvantagem na partida e, apesar de não ter conseguido, não se pode acusar de não ter tentado. As diferenças entre as duas equipas foram cruciais.

Sérgio Conceição já tinha garantido que ia mexer na baliza com a colocação de Cláudio Ramos entre os postes, em vez de Diogo Costa, mas acabou por acrescentar mais quatro alterações (João Mário, Grujic, Galeno e Namaso) sem se desviar da lógica da estratégia. Chegou ao intervalo em vantagem, mexeu à hora de jogo e nem o facto de ter sido expulso aos 65 minutos - por protagonizar uma atitude de maior fúria após um lance na grande área do Mafra - deixou a equipa 'abalada'.

Árbitro

Hélder Malheiro protagonizou uma arbitragem segura e sem casos, embora possa ter sido precipitado na expulsão de Sérgio Conceição. O treinador azul e branco pontapeou uma bola, é certo, mas o momento surgiu fora das quatro linhas e o aviso com o cartão amarelo poderia ter sido suficiente, evitando-se aqueles quatro minutos em que o jogo esteve parado.

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