À margem da sua participação no Thinking Football Summit, evento organizado pela Liga que decorre até domingo, no Porto, Frederico Varandas falou sobre a importância da vida militar para o exercício das suas funções como presidente do Sporting.
"O que me ajuda diariamente são os meus valores. A vida militar ajuda. Passei por experiências muito duras. Tive de aprender a manter a minha clarividência, a minha calma. Trouxe essa lucidez em momentos difíceis. Nos momentos em que todos se exaltam, é preciso manter o foco e a calma", começou por diizer Varandas, antes de descrever o Sporting como uma "missão".
Já sobre o seu período no universo, marcado por várias vitórias: "É a prova que este caminho, desde 2018, também leva a vitórias. Há muitos chavões, que o Sporting tem de investir. O Sporting investe e também ganha. Foram os melhores quatro anos das últimas largas décadas".
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, salientou também a obrigação de os clubes portugueses venderem futebolistas para ocasionarem receita e seguirem competitivos nas provas europeias.
"Neste momento, como o sistema do futebol está montado, não temos outra hipótese de competir com os cinco principais campeonatos europeus se não vendermos jogadores. É uma obrigação. Com mérito, houve equipas nacionais a passar a fase de grupos da Liga dos Campeões. É difícil o adepto entender certas coisas, mas no dia em que os 'grandes' deixarem de vender, não terão hipóteses de andar na 'Champions'", advertiu o dirigente, num painel sobre a "aposta na formação" e a "sustentabilidade financeira" dos lisboetas.
Designando o Sporting como uma "missão" desde que foi eleito, em setembro de 2018, Frederico Varandas priorizou "investimento" na "academia de Alcochete, no Estádio José Alvalade, na transformação digital e no crescimento da marca" para sustentar os 'leões'.
"Em outros campeonatos, a formação pode ser um gosto, um prazer ou uma opção. Para nós, é uma questão de sobrevivência e por isso somos muito bons nisto. Os clubes que não forem bons a formar não vão andar na 'Champions'. Aquilo que nos faz resistir num país mais afastado da União Europeia é produzirmos e vendermos jogadores", agregou.
Os vice-campeões nacionais já abasteceram o plantel principal com "67 atletas" oriundos da academia, que completou 20 anos em junho, sendo que 22 foram projetados a nível sénior durante "os últimos quatro anos", suportando uma "realidade que é para manter".
"Os títulos que vencemos são a prova de que este caminho nos leva às vitórias. É muito importante que assim seja, porque há muitos chavões de que o Sporting tem de investir. Investimos garantindo a sua sustentabilidade para o futuro, sem que isso nos impeça de ganhar. Estes quatro anos foram os melhores das últimas largas épocas do Sporting em termos de títulos. O modelo é sustentável, mas também vencedor", notou, num mandato elevado pela conquista em 2020/21 do 19.º título de campeão nacional, 19 anos depois.
Reconduzido em 06 de março, com 85,8% dos votos, à frente de Ricardo Oliveira e Nuno Sousa, Frederico Varandas, de 43 anos, classificou como "maior bandeira do Sporting" o capitão da seleção nacional Cristiano Ronaldo, formado em Alcochete (1997-2001), que debutou pelos seniores (2001-2003) antes de rumar aos ingleses do Manchester United.
"É o nome da academia e é um dos orgulhos do Sporting e dos sportinguistas. A criação desta academia foi um passo fundamental para a formação em Portugal, mas a formação do Sporting começou antes e é pioneira. Dos quatro melhores do mundo, como Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Eusébio e Paulo Futre, três formaram-se no Sporting", exemplificou.
A cimeira Thinking Football decorre entre sexta-feira e domingo, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, sob inédita organização da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
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