"A nossa missão é proporcionar entretenimento e fazer as pessoas felizes durante 90 minutos. Nasci em Moçambique, e sei o efeito que uma bola pode ter em crianças que passam um ou dois dias sem comida e que não tem o que vestir", afirmou Queiroz, na conferência de imprensa de antevisão do jogo com os EUA, da última jornada do Grupo B.
O técnico português, que pode levar o Irão aos oitavos de final, afirmou ainda: "Quando lhes dávamos uma bola, não podem imaginar a magia do momento: as suas caras de tristeza iluminavam-se com um sorriso de um momento para o outro. Essa é a missão do futebol: fazer as pessoas felizes".
Queiroz evitou comentar a polémica entre a seleção do Irão e o ex-futebolista e treinador alemão Juergen Klinsmann, centrando as suas declarações na missão do futebol e no jogo com os Estados Unidos, agendado para terça-feira.
O selecionador do Irão classificou o encontro como "muito especial", acrescentando: "Temos oportunidade de nos qualificarmos no último jogo, e isso deixa-nos muito orgulhosos. Não tenho dúvida de que seremos regulares e consistentes, e de que daremos o nosso melhor frente as Estados Unidos".
Carlos Queiroz qualificou o adversário como "uma equipa muito difícil e bem organizada, que também sonha com a presença nos oitavos".
Fora do relvado, a seleção iraniana, que na primeira jornada do grupo foi goleado pela Inglaterra (6-2) e na segunda bateu o País de Gales (2-0), tem protagonizado algumas polémicas.
No domingo, a Federação de Futebol do Irão queixou-se à FIFA das declarações de Juergen Klinsmann, considerando que as mesmas são lesivas contra o país e pediu a sua demissão do grupo de estudos técnicos.
"Disse que no jogo Irão-País de Gales, os jogadores 'trabalharam' o árbitro. Que isso não foi uma casualidade e que faz parte da cultura, da sua forma de jogar", refere o Irão, justificando que Klinsmann quis dizer que os jogadores pressionaram o árbitro.
No primeiro jogo no Mundial do Qatar, os futebolistas iranianos não cantaram o hino, como uma forma de apoio às vítimas das manifestações contra o governo daquele país, num momento de contestação social, ainda no seguimento da morte de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos, que faleceu três dias depois de ter sido detida pela polícia por supostamente ter quebrado o código de vestimenta.