A Madeira é denominada de 'pérola do Atlântico', mas a viagem de domingo até ao Funchal foi tudo menos de sonhos para o Sporting, podendo mesmo ser considerada de uma deslocação de pesadelo para os verde e brancos.
Depois de sete vitórias consecutivas, e o que parecia ser uma caminhada de recuperação para os leões, eis que os Barreiros foram um verdadeiro Caldeirão em ebulição para a turma de Alvalade, à semelhança do que tinha sido em anos anteriores. O Marítimo venceu Sporting, por 1-0, em jogo da 15.ª jornada da I Liga, e somou o primeiro triunfo em casa na presente temporada.
Cláudio Winck marcou o único golo do encontro, na marcação de uma grande penalidade, e contribuiu para o aumento da agonia dos leões nas viagens até ao arquipélago da Madeira. É que os leões só ganharam uma das oito últimas deslocações a casa do Marítimo, no caso em 2020/21. De resto, somaram quatro empates e três derrotas nesta sequência.
A juntar a isto tudo, destaque não só para a má carreira do Sporting fora de portas nesta época, mas também para o grande número de pontos perdidos. Em 15 rondas da I Liga, o Sporting já entregou 17 pontos aos adversários, tantos quanto em toda a época passada e o campeonato ainda não chegou a meio. Esta foi também a quarta derrota do Sporting fora de casa nesta época.
Dados que fazem soar os alarmes em Alvalade a apensas uma semana do dérbi ante o Benfica na Luz. Os encarnados estão a doze pontos de distância dos leões, que podem acabar a próxima jornada a 15 pontos do primeiro lugar com mais de uma volta de campeonato pela frente.
Mas vamos às notas deste encontro:
Figura
O brasileiro João Afonso foi um autêntico pêndulo no meio campo do Marítimo. O médio esteve um pouco por todo o lado, perdeu muito poucas bolas e fez com que o meio-campo do Sporting não funcionasse.
Surpresa
Moises Mosquera foi lançado para o lugar do habitual titular Zainadine e a verdade é que o colombiano fez uma exibição muito segura. Ganhou vários duelos aéreos e impediu que jogadores como Paulinho e Marcus Edwards fizessem mossa à sua baliza.
Desilusão
Rúben Amorim apostou nele a titular, mas Mateus Fernandes não justificou a aposta. O jovem não formou uma boa dupla no meio campo com Ugarte e acabou mesmo por cometer a falta que deu origem à grande penalidade que acabaria por dar a vitória ao Marítimo.
Treinadores
José Gomes: O técnico parece ter sido o elixir necessário para os insulares darem a volta à situação muito complicada em que se encontram. Em apenas dois jogos, José Gomes somou quatro dos 10 pontos que o Marítimo tinha alcançado até agora na I Liga. A juntar a estes dados positivos, que dão o mote para a recuperação, o Marítimo apresentou uma versão arrojada nesta partida. Sem medo do adversário, os maritimistas pressionaram alto, usaram do contra-ataque para tentar ferir o Sporting, e colheram os frutos.
Rúben Amorim: Foi uma das piores exibições do Sporting nos últimos tempos, que vinha num crescendo de exibições e muitos golos marcados. Os leões até conseguiram ter mais posse de bola do que o adversário, mas não sabiam o que fazer com ela quando a tinham. À semelhança de encontros anteriores, os verde e brancos tiveram pouco acerto na hora de finalizar, apesar das muitas ocasiões criadas.
Arbitragem
Hélder Malheiro esteve irrepreensível quando assinalou a grande penalidade de Mateus Fernandes sobre Percy Liza e quando Matheus Reis tentou cavar um castigo máximo para os leões. No entanto, ficam algumas dúvidas na decisão do juiz lisboeta em não marcar um penálti em dois lances duvidosos com Pedro Porro na área dos insulares, já no segundo tempo da partida.
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