Sim, leu bem. A história pode ser benéfica. O FC Porto perdeu no reduto do Inter (1-0), esta quarta-feira, naquela que foi a quinta deslocação de Sérgio Conceição, enquanto treinador, a solo italiano. O treinador dos dragões nunca conseguiu vencer, porém, em casa, só sabe ganhar aos clubes de Itália. E é precisamente isso que a sua equipa precisa na segunda mão dos 'oitavos' da Liga dos Campeões, de forma a que a história se repita e... possa ser benéfica.
A primeira parte não foi recheada de oportunidades. Bem pelo contrário. Foram raros os momentos de perigo. Depois de um ligeiro susto em cada uma das balizas, eis que o lance mais flagrante foi precisamente o último antes do apito para o intervalo. Bastoni preparava-se para festejar, porém, os reflexos de Diogo Costa evitaram que tal acontecesse.
Os sinais de maior perigo foram surgindo com maior frequência no segundo tempo. Barella de um lado, Taremi do outro. Porém, seria a expulsão de Otávio, já dentro dos últimos 15 minutos, a ter um peso preponderante no desfecho do encontro.
Com mais uma unidade em campo, o Inter soube ser oportuno e o recém-entrado Lukaku desfez o nulo, deixando a sua equipa em vantagem para o duelo da segunda mão.
Mas atenção, a história está do lado do FC Porto, que tentará dar a volta à eliminatória, de forma a sustentar também o registo caseiro 100% vitorioso de Sérgio Conceição frente a equipas italianas.
Vamos então às notas da partida
Figura
Romelu Lukaku acaba por ser, incontornavelmente, a figura do encontro. É certo que só jogou praticamente na última meia hora, mas a verdade é que foi o suficiente para causar estragos no jogo e, principalmente, no FC Porto. Já depois de ter ameaçado mexer com o marcador, o ponta de lança conseguiu chegar ao tão desejado golo aos 86 minutos, numa recarga a um remate seu que tinha sido travado pelo poste. Dentro do pouco tempo que jogou, acabou por assumir o maior dos destaques.
Surpresa
Marko Grujic surpreendeu, sobretudo, pelas investidas ofensivas que protagonizou. O sérvio destacou-se ao ponto de, no primeiro tempo, ter sido o único causador de perigo junto da baliza contrária, com uma forte presença na grande área adversária, dentro das poucas aproximações até ao intervalo. A juntar a isso, no capítulo defensivo, Grujic acumulou várias interceções e superiorizou-se em muitos dos duelos aéreos, mas não conseguiu evitar que a equipa sofresse na reta final.
Desilusão
Otávio não estava a fazer um mau jogo, porém, há momentos na vida de um jogador que, de tão flagrantes que são, conduzem a uma avaliação do céu ao inferno. Já com um amarelo desde o primeiro tempo, o médio português errou num lance aparentemente inofensivo e não escapou à segunda cartolina e consequente expulsão - a primeira da carreira, ao fim de 385 jogos. Num só jogo viu mais amarelos do que em todos os outros jogos da época e isso teve peso no resultado final.
Treinadores
Simone Inzaghi teve nas substituições a chave do encontro. Brozovic e Gosens causaram várias dores de cabeça à defensiva adversária e depois apareceu Lukaku para a estocada final. De resto, dentro das opções que lançou para o onze, não terá surpreendido Sérgio Conceição. Aliás, perante as imprevisibilidades que pudessem ser apresentadas pelo FC Porto, o Inter demonstrou estar à altura para anular muitas das suas referências, sobretudo na primeira parte.
Sérgio Conceição não hesitou em apostar na titularidade de três jogadores que, ainda há pouco tempo, se encontravam limitados devido a lesões... e não se pode dizer que tenha errado. Embora dois dos três jogadores (Otávio, Galeno e Uribe) tenham saído mais cedo do que o previsto: Otávio por expulsão e Galeno com queixas. Taticamente, o treinador dos dragões manteve-se fiel ao seu estilo e, depois de uma primeira parte mais cautelosa, arriscou na segunda. Porém, o desfecho não foi o pretendido.
Árbitro
Srdjan Jovanovic protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos. Seguro a apitar as faltas e coerente na hora de puxar dos cartões do bolso, o sérvio resolveu ainda um conflito no primeiro tempo com um amarelo para cada lado. Curiosamente, esse amarelo mostrado a Otávio acabaria por ser crucial para a expulsão aos 78 minutos, provocada por um segundo amarelo de um lance igualmente bem ajuizado.
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