Kara Goucher marcou presença no programa televisivo 'Good Morning America', transmitido pela estação televisiva ABC, para apresentar a autobiografia, intitulada "The Longest Race: Inside the Secret World of Abuse, Doping, and Deception on Nike's Elite Running Team".
Aquela que é considerada uma das mais rápidas atletas femininas norte-americanas de longa distância da história disse ter sido a principal culpada pelo afastamento do antigo treinador, Alberto Salazar, com quem começou a trabalhar, em 2004.
A corredora de 44 anos denunciou uma série de casos de assédio sexual, tendo o primeiro ocorrido em Rieti, em Itália, quando o compatriota (de quem se separaria, anos depois) a terá abordado de forma imprópria, durante uma massagem.
"Ele estava a dar-me uma massagem pós-treino e pré-corrida, a que chamamos de 'descarga'. Para ser sincera, simplesmente, congelei. Pensei 'É impossível que ele me esteja a tocar desta maneira. Estou a imaginar. Ele é só um mau massagista'", afirmou.
Um episódio que se repetiu, anos depois, quando ambos viajaram para Portugal, para disputar a Meia-Maratona de Lisboa: "Ele ia dar-me uma massagem. Foi a mesma situação, na qual senti que o dedo dele estava a ir onde não devia ir. Fiquei muito desconfortável".
"Senti-me envergonhada com aquilo. Também senti que talvez tivesse sido só um erro (...). Sinceramente, deixa-me um pouco triste, porque sei quanto ele adora [a modalidade]. Penso que isto é toda a vida dele. Mas, no final, não devia estar a treinar", completou.
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