Sp. Braga e FC Porto não conseguiram ir além do nulo no Clássico da 25.ª jornada da I Liga. Num jogo que prometia muito na luta das duas equipas no campeonato, tudo o que aconteceu só piorou a situação dos dois lados.
Com divisão de pontos, nenhum dos emblemas conseguiu realmente colocar pressão no líder Benfica, nem sequer ganhar vantagem na luta pelo segundo lugar do pódio. O FC Porto leva 58 pontos, menos 10 que as águias, enquanto o Sp. Braga soma 56, menos 12 a menos que o líder.
Com tal diferença pontual e a reta final do campeonato a aproximar-se, a tendência é dar ordem ao Benfica para encomendar as faixas de campeão para a festa do título. No entanto, a nove jornadas do último apito da época, muita tinta deverá escorrer.
Olhando para os calendários, é a equipa de Roger Schmidt quem terá a batata quente nas mãos. Com receções a FC Porto e Sp. Braga, bem como uma ida a Alvalade na penúltima jornada da I Liga, o Benfica terá pelo menos três jogos complexos até ao final da época, enquanto os dragões só terão de jogar na Luz, tendo outros jogos considerados acessíveis.
Assim sendo, podem encomendar as faixas de campeão ou ainda é cedo? Talvez seja preciso esperar para saber.
Posto isto, vamos às notas.
A figura
Al Musrati é o nome da estrela do encontro. O líbio não deixou a desejar no meio campo do Sp. Braga tendo tido várias intervenções de relevo no encontro. Além do vasto número de duelos ganhos e os passes verticais que acertou, conseguiu segurar o núcleo da equipa, orientou o trabalho defensivo dos restantes colegas e impediu muitas vezes o jogo central do FC Porto.
A surpresa
Ricardo Horta apareceu várias vezes no jogo quando o Sp. Braga mais precisava da sua estrela. Na semana em que o capitão dos minhotos soube que ficou de fora da convocatória de Roberto Martínez para a seleção, o médio esforçou-se para dar resposta. Em quatro remates, acertou dois, terminou o jogo com uma das melhores médias de passes acertados e não gritou golo por pouco. Soltou-se da marcação, fugiu da linha defensiva dos dragões e apareceu em zonas interessantes do campo, passando pela função de organizador do jogo, deixando boas impressões a respeito da sua polivalência.
A desilusão
Mehdi Taremi voltou a passar ao lado do jogo. Em 81 minutos, o iraniano fez um único remate, não acertando na baliza. Não esteve em qualquer lance de real perigo do FC Porto, desapareceu várias vezes na tentativa de ligar o meio campo ao ataque e saiu do encontro para entrar Danny Namaso, sinal das poucas opções que Sérgio Conceição tem para a frente de ataque. Mesmo que conte com 22 golos em 40 jogos, Taremi continua a ser inconstante e pouco útil para o FC Porto em muitos jogos.
Os treinadores
Artur Jorge
Entrou com a melhor equipa, mesmo que as mexidas no ataque lhe tenham garantido virilidade perto do minuto 90. A entrada de Pizzi mostrou que há sempre espaço para maior rotação no onze inicial, dada a energia que este entregou à equipa quando o golo parecia cada vez mais perto. Ainda assim, Artur Jorge colocou a equipa a jogar futebol prático e atraente, agradando a todos os envolvidos. Ainda na luta, fica uma nova boa resposta do Sp. Braga, que só pecou, uma vez mais, no essencial: a finalização.
Sérgio Conceição
Arrancar a partida com Grujic enquanto o médio tem passado por dificuldades físicas revelou-se um plano errado do treinador do campeão nacional que, meia hora depois do apito inicial, teve de fazer mudanças. A falta de resultados com Taremi em campo deixou Conceição meio desesperado e a entrada de Danny Namaso em detrimento de Toni Martínez terá deixado muitos adeptos a questionar as decisões do treinador. Com a I Liga como objetivo único, esperava-se mais de todos no FC Porto.
O árbitro
João Pinheiro apresentou o seu já habitual critério largo, poupou cartões amarelos que pareciam óbvios e travou o ritmo de jogo quando menos se queria. Ainda assim, sem grandes decisões a tomar, acabou por ter uma noite sossegada, não influenciando o desfecho do jogo.
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