Portugal prepara-se para arrancar a fase de apuramento para o Euro'2024, a disputar-se na Alemanha. A equipa das quinas vai defrontar Liechtenstein e Luxemburgo, nesta semana, naquele que será, ainda, o pontapé de saída na 'era Roberto Martínez'.
O espanhol anunciou, na passada sexta-feira, a lista de convocados para este novo arranque com 26 nomes, entre os quais algumas novidades e até surpresas. Em exclusivo ao Desporto ao Minuto, Edinho, antigo internacional luso, analisou a lista escolhida pelo novo selecionador nacional, apontando à flexibilidade e à ausência de risco na convocatória.
"É uma convocatória normal com base naquilo que foi o Mundial. Apesar de não termos conseguido o objetivo que queríamos, apresentámos uma seleção com muita qualidade, uma seleção que, até pelas ideias do novo selecionador, tem jogadores com características que podem dar a tal flexibilidade que Roberto Martínez tanto pretende nas suas equipas. Vejo, acima de tudo, uma chamada para perceber e interagir com os jogadores que foram chamados na última convocatória. Não esperava uma revolução grande, sabendo que havia jogadores que, através do seu momento de forma, podiam ter sido chamados. São os casos de Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Florentino Luís, até o Vitinha, como muitos outros, mas acaba por ser uma convocatória sem riscos", começou por dizer, não esquecendo as saídas de Ricardo Horta, William Carvalho e André Silva, e a ausência de outros nomes, numa altura que não vê como uma reforma.
"Não acho que é uma fase de revolução. Simplesmente, temos jogadores disponíveis num grande momento de forma, no qual incluo o Beto, da Udinese, um jogador que está nas referências do selecionador, mas que tem características diferentes e poderá ter a sua oportunidade. Acho que, acima de tudo, foi uma convocatória muito difícil para o selecionador, devido ao bom momento de vários jogadores, e só podiam ir 26. Acredito que será uma questão de tempo até esses jogadores que referi serem chamados e darem o seu contributo. A seleção é isso, é aproveitar, não só as mais valias técnicas e táticas, mas também o bom momento que os jogadores vão atravessando. Depois, relativamente aos que estão agora e àquilo que o selecionador idealiza para o modelo de jogo e aquilo que quer para as suas equipas, poderá haver alterações, até para conhecer melhor outros jogadores e perceber como eles poderão integrar-se", disse ainda.
Roberto vai estrear-se no comando da seleção nacional frente ao Liechtenstein© Getty Images
Ao lado da lista dos que mereciam a chamada mas não a receberam, há outros nomes que surpreenderam ao estarem presentes nas escolhas. Edinho não aponta nomes pela negativa, preferindo falar de surpresas positivas nas escolhas de Roberto Martínez.
"Tenho consciência de que todos os jogadores chamados estão num grande momento. Talvez tenha ficado surpreendido pela positiva com Diogo Leite, a maior novidade entre os centrais disponíveis, com Gonçalo Inácio pela época que tem tido. Acho que é um prémio pelo trabalho que têm desenvolvido", acrescentou.
Portugal arranca na quinta-feira o apuramento para o Euro'2024© Getty Images
Sem tempo para jogos de preparação, Roberto Martínez será já posto à prova frente a Liechtenstein e Luxemburgo. Apesar da força da seleção portuguesa, o perigo pode estar escondido e Edinho reconhece-o.
"Pelo que somos como seleção, ponho-me do lado das outras duas seleções. Vão jogar contra uma das melhores seleções do mundo, são jogos para os quais não é preciso motivação e o perigo pode vir daí mesmo. Portanto, há que encarar o jogo com seriedade, são jogos a valer, tem de se entrar forte e não dar hipótese. Tem de se resolver antes para não criar a dificuldade para nós. Essas são seleções que não têm algo a perder. Ganhar seria um feito tremendo para elas, perder será normal. O pior fator poderá ser isso mesmo, estarem a defrontar uma grande seleção e não há motivação maior que essa", concluiu.
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