Em entrevista ao site do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Carla Couto, de 40 anos, abordou a sua decisão de terminar a carreira de jogadora e revelou que gostaria de seguir as pisadas de Helena Costa, nova treinadora do Clermont Foot, da segunda divisão francesa.
"Não como treinadora principal, mas gostava desse desafio. Gostava de ser adjunta de um treinador masculino, porque acho que não tinha temperamento para algumas situações", disse a ex-jogadora, que representou a seleção de Portugal em 145 ocasiões (29 golos marcados).
Carla Couto admite que exista "um conflito de mentalidade" quando jogadores são confrontados com a possibilidade de serem treinados por uma mulher, mas sublinha que a qualidade não tem género.
"Um treinador dá treinos a um atleta, seja um homem ou uma mulher. Mas se calhar para um jogador não é normal ser treinado por uma mulher. Talvez exista um conflito de mentalidade. Mas, como bem disse a Helena Costa, avaliem-na pelos resultados e não por ser mulher. Quando se tem qualidade não importa se é homem ou mulher", salientou.
Ainda assim, a ex-jogadora não se sente pressionada a aceitar convites para treinar porque se sente realizada com a função de Embaixadora do Sindicato (também é embaixadora da Seleção Feminina de Futebol).
"Gosto de estar no campo, de transmitir o conhecimento que adquiri ao longo dos 24 anos carreira. Mas neste momento estou mais atraída pelo trabalho que estou a desempenhar no Sindicato. Se pudesse associar as duas atividades seria ainda melhor mas estou muito satisfeita com o que estou a fazer no Sindicato", sublinhou Carla Couto.
Ao longo de 24 anos de carreira, Carla Couto ganhou 11 títulos de campeã nacional, representando clubes como o Sporting, Trajouce, 1.º Dezembro, Futebol Benfica, Fhosan Guandzon (China), Lázio (Itália) e Valadares Gaia.