O objetivo maior era o campeonato, mas o FC Porto fechou a temporada 2022/23 com a conquista de três dos quatro títulos em discussão. Na final da Taça de Portugal, no Jamor, os dragões levaram a melhor sobre o Sp. Braga (2-0) e arrecadaram a 19.ª prova rainha da sua história.
Depois de uma primeira algo morna, apesar do evidente domínio portista, os golos apenas apareceram na segunda parte, sendo que entre eles ainda houve lugar a duas... expulsões. A final da Taça de Portugal foi, assim, recheada de emoções e após o apito final a alegria, de um lado, e a tristeza, do outro, tomaram conta do relvado.
Os protagonistas foram mais que muitos, mas há quem mais se tenha destacado. Vamos a eles.
A figura
Otávio continua a confirmar o estatuto de insubstituível no FC Porto. O verdadeiro cérebro do meio-campo portista, ora a defender, ora a atacar. O médio luso-brasileiro cedo tomou conta das despesas do jogo no Jamor e é dele que nasce a jogada do primeiro golo, além de ter sido o autor do segundo golo.
O camisola 25 do FC Porto tem um peso enorme na manobra ofensiva da equipa de Sérgio Conceição, mas também se revela fundamental na hora de equilibrar. E isso também foi evidente no momento da expulsão de Wendell.
Um jogo em grande de Otávio numa época também ela em grande. Otávio foi, de resto, o violino mais afinado da orquestra de Sérgio Conceição, treinador que chegou a referir, no decurso desta temporada, que "nem sempre se podia tocar violino" e que muitas vezes era preciso recorrer ao "bombo" para ganhar jogos.
A surpresa
Sim, Matheus Magalhães sofreu dois golos, mas é mais do que justo destacar a forma como segurou a equipa na primeira parte, com um par de defesas muito importantes e que impediram que o nulo fosse desfeito nos primeiros 45 minutos.
Na segunda parte acabaria por ver a bola entrar na sua baliza por duas vezes, mas em ambas as situações pouco ou nada poderia fazer. Não foi pelo guarda-redes luso-brasileiro que o Sp. Braga perdeu esta final.
A desilusão
Wendell colocou em risco um jogo que parecia, à partida, controlado pelo FC Porto. A entrada foi muito dura e o vermelho ajusta-se perante as circunstâncias. O lateral brasileiro não é novo neste tipo de situações e a experiência internacional devia ser garantia de outro tipo de ações.
Os treinadores
Artur Jorge
Tal como na Luz, frente ao Benfica, o Sp. Braga pareceu algo preso de movimentos na primeira parte frente ao FC Porto. Entregou o domínio do jogo ao adversário e nunca soube dar a volta ao texto. Na segunda parte sofreu cedo, acabou por ficar em vantagem numérica por alguns minutos, mas apenas na reta final da partida conseguiu, de facto, criar problemas junto da baliza de Cláudio Ramos. Uma estratégia falhada que deve merecer reflexão.
Sérgio Conceição
O treinador do FC Porto continua a somar títulos no clube azul e branco e ontem chegou ao 10.º. No Jamor, Conceição conseguiu apresentar a melhor versão do FC Porto desta temporada, com os tais violinos, e ainda viu a equipa responder de forma positiva quando Wendell deixou a equipa com menos um jogador em campo. No final das contas ganhou três dos quatro títulos que disputou a nível interno, ficando agora a incerteza se vai, de facto, continuar ao leme dos dragões perante o 'assédio' italiano.
Sérgio Conceição é o 1.º treinador do FC Porto a vencer 3 finais da Taça
— Playmaker (@playmaker_PT) June 4, 2023
3 Sérgio Conceição (2020, 2022, 2023)
2 Pedroto (1968, 1977 - também venceu em 1984, mas não foi o treinador na final)
2 Fernando Santos (2000, 2001)
2 Jesualdo Ferreira (2009, 2010) pic.twitter.com/i68HyHFj6f
O árbitro
João Pinheiro não teve uma tarde fácil no Jamor, mas quase sempre decidiu bem. Foi alertado pelo VAR para rever o lance de Wendell, no qual acabaria por reverter a decisão inicial, trocando o cartão amarelo por um vermelho. Mais tarde, nem precisou de ir à cabine para mostrar a mesma cartolina a Niakité. Nota positiva.
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