Desta vez foi ao sprint que o belga, campeão do mundo de fundo, se impôs em San Sebastián, igualando o espanhol Marino Lejarreta como ciclistas com mais vitórias na 'Klasikoa'. Evenepoel fez-se valer da sua maior capacidade de explosão para ser mais forte do que Bilbao, um dos corredores que respondeu ao seu ataque a mais de 70 quilómetros do final e que cortou a meta em segundo, com as mesmas 05:30.59 horas do vencedor.
Em terceiro, a 28 segundos, chegou o russo Aleksandr Vlasov (BORA-hansgrohe), com o português Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) a ser oitavo, a 3.02 minutos.
Ainda na zona neutralizada, antes do arranque para os 230,3 quilómetros da clássica espanhola, o belga da Soudal Quick-Step, de 23 anos, caiu, mas voltou rapidamente à bicicleta, com a equipa belga a assegurar, no Twitter, que o também vencedor de 2019 estava "ok".
Numa jornada acidentada, em que também Biniam Girmay, colega de Rui Costa, sofreu uma queda e foi transportado ao hospital para ser observado, Romain Bardet (DSM-Firmenich) foi um dos protagonistas, ao integrar a fuga inicial.
Além do francês, de regresso à competição após ter abandonado o Tour com uma concussão cerebral, também Nathan Van Hooydonck (Jumbo-Visma) aguentou na frente da corrida até Evenepoel lá chegar.
O belga, na sua última prova com a camisola arco-íris -- defende-a em 06 de agosto, nos Mundiais de Glasgow -, atacou do pelotão e foi acompanhado, primeiro, por Vlasov e, depois, por Bilbao e Alberto Bettiol (EF Education-EasyPost), com os quatro a juntarem-se ao duo da dianteira a 70 quilómetros da meta.
A subida a Mendizorrotz, e o ritmo imprimido pelo campeão em título da Vuelta, fizeram a primeira seleção no grupo, perseguido à distância pelo austríaco Felix Gall (AG2R Citroën), oitavo classificado e uma das grandes surpresas da última Volta a França, ao qual mais tarde se juntou Rui Costa.
Mas ninguém conseguiria alcançar o grupo do ciclista da Soudal Quick-Step, que tentou deixar os companheiros de escapada para trás, mas não conseguiu libertar-se de Bilbao, um profundo conhecedor das estradas da 'Klasikoa', por aí treinar.
Mas, com o risco à vista, a vitória era já uma certeza para Evenepoel, bem mais rápido e fresco do que Bilbao, que há menos de uma semana acabou o Tour num honroso sexto lugar.
Parado desde que se sagrou campeão belga de fundo, em 25 de junho, o camisola arco-íris deixou hoje boas indicações para os próximos Mundiais, onde espera voltar a conquistar o título de campeão, num dia em que o outro português em prova, André Carvalho (Cofidis), desistiu.