"Num grupo em que encontrámos duas grandes potências internacionais, decidido contra o bicampeão do mundo, sabemos que a nossa eliminação se decidiu com uma bola na base do poste, em tempos de descontos", observou Fernando Gomes, advertindo que a seleção nacional "deixou de ter género à frente do nome".
No período de compensação, aos 90+1 minutos, Ana Capeta, que tinha entrado pouco antes, aos 89, acertou no poste esquerdo da baliza norte-americana, quando o banco de suplentes português já festejava um golo que valeria um lugar nos oitavos de final, na primeira presença no torneio.
"Sabemos que se essa bola tivesse caído para o nosso lado, ninguém comentaria que estávamos perante uma injustiça ou que estaríamos na próxima fase por uma questão de sorte", assinalou Fernando Gomes, destacando a "excelente participação" no Campeonato do Mundo que decorre na Austrália e na Nova Zelândia.
Portugal empatou 0-0 frente aos Estados Unidos, bicampeões do mundo, em Auckland, na Nova Zelândia, na terceira jornada do Grupo E do Mundial e foi afastado na primeira fase da prova, mas o presidente da FPF acredita que o futuro da seleção feminina está assegurado.
"O futebol jogado por mulheres é uma oportunidade incrível para o próprio futebol se regenerar. Para voltar a acreditar em valores primordiais do desporto como o sacrifício individual em prol do coletivo, a defesa do espetáculo, o amor à camisola ou o respeito pelo adversário em qualquer circunstância", sustentou.
Apesar de ter empatado pela primeira vez frente à seleção norte-americana, ao 11.º jogo, e no primeiro oficial, a seleção portuguesa termina o agrupamento no terceiro posto, com quatro pontos, a três de Países Baixos, que hoje golearam o Vietname (7-0), e a um dos Estados Unidos, que avançam para os oitavos de final.
Portugal encerra a estreia em Mundiais, na nona edição, após um desaire por 1-0 frente às neerlandesas e a primeira vitória de sempre em fases finais, com o triunfo frente às vietnamitas por 2-0, com golos Telma Encarnação e Kika Nazareth.
O líder federativo acredita que depois da campanha no Mundial de 2023, o futebol feminino terá "mais praticantes, mais adeptas, mais dirigentes mais treinadoras e mais árbitras": "Teremos mais futebol. (...) O futebol jogado por mulheres é uma forma do futebol crescer", vaticinou.