O primeiro grande troféu da temporada foi parar às mãos do Benfica, que derrotou o FC Porto, por 2-0, no Estádio Municipal de Aveiro, para erguer aquela que foi a nona Supertaça Cândido de Oliveira na história e igualando as contas do Sporting.
Um Clássico de 'duas caras', que começou a pender para o lado dos dragões, que assinaram uma grande parte de alto nível. De tal maneiras que, aos oito minutos de jogo, já Wenderson Galeno contabilizava três oportunidades de golo desperdiçadas.
Mehdi Taremi e Otávio também dispuseram de boas chances para marcar, mas revelaram-se perdulários, não conseguindo transformar o domínio azul e branco em algo de palpável, algo pelo qual a equipa acabaria por pagar bem caro.
Ao intervalo, Roger Schmidt desistiu do ataque móvel, retirando João Mário para lançar Petar Musa, transfigurando uma equipa 'apagada' numa capaz de criar perigo em grandes doses, à imagem daquilo que já tinha feito na passada temporada.
Aos 61 minutos, Orkun Kokçu aproveitou uma 'asneira' de Pepê para recuperar a bola e deixá-la nos pés do Fideo, Ángel di María, que desfez o nulo, com muita classe. Sete minutos depois, foi a vez de Musa, assistido por Rafa Silva, fazer o gosto ao pé e selar o resultado final.
Até final, ainda houve tempo para cenas espetaculares... e lamentáveis. Tudo começou aos 90 minutos, quando Luís Godinho recorreu ao VAR e expulsou Pepe, por falta dura sobre David Jurásek, tendo o capitão exibido a camisola aos adeptos adversários quando deixava o relvado.
Aos 90+2 minutos, o VAR voltou a entrar em ação, desta feita, para anular uma 'obra de arte' a Wenderson Galeno. Instantes depois, o árbitro expulsou Sérgio Conceição, por protestos... mas o treinador recusou abandonar o banco, só o fazendo a muita insistência.
Figura
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Ángel di María. O internacional argentino foi sempre o 'ponto de luz' do Benfica, mesmo nos períodos mais complicados do jogo, e viu a resiliência compensada com o belo golo que abriu o caminho à conquista da Supertaça Cândido de Oliveira.
Surpresa
Roger Schmidt inovou e partiu para o Clássico com uma frente de ataque móvel, composta por João Mário, Fredrik Aursnes e Rafa Silva. No entanto, foi só a partir do intervalo, quando lançou Petar Musa para o lugar do ex-Sporting, que o cenário mudou. O internacional croata entrou, convenceu e marcou o golo que 'matou' o jogo.
Desilusão
Mihailo Ristic 'ganhou pontos' a David Jurásek na luta pela titularidade da ala esquerda da defesa do Benfica, na pré-temporada. No entanto, no primeiro jogo 'a doer', o internacional sérvio deixou a desejar, quer a defender, quer a atacar, e foi sem grande surpresa que deu o lugar ao checo, ao intervalo.
Treinadores
Roger Schmidt: O ataque móvel elaborado pelo treinador do Benfica, com Fredrik Aursnes, João Mário e Rafa Silva, revelou-se num autêntico 'tiro ao lado'. Os encarnados deixaram uma imagem muito 'pálida', na primeira parte, que só foi corrigida ao intervalo, com a entrada de David Jurásek e, principalmente, Petar Musa. Daí em diante, o domínio sobre o FC Porto foi inquestionável, tendo os golos surgido com naturalidade.
Sérgio Conceição: O FC Porto soube explorar bem as debilidades defensivas do Benfica, particularmente, no primeiro tempo, quando 'bombeou' diversas bolas para Wenderson Galeno e Zaidu Sanusi, que fizeram o que quiseram de um Alexander Bah demasiado sozinho. No entanto, quando o adversário 'tapou os buracos', não teve como responder. Tudo isto numa noite em que ficou manchada pela inacreditável postura assumida nos descontos, quando foi expulso... e recusou sair.
Árbitro
Luis Godinho quis ser a figura principal deste Clássico e cumpriu a missão com todo o brilhantismo. Começou a 'disparar' cartões desde bem cedo, terminando a noite com 12 amarelos e dois vermelhos exibidos. Pelo meio, perdeu por completo o rumo do jogo, atuando quando não devia e poupando, por exemplo, João Neves e Zaidu Sanusi à expulsão. O jogo esteve longe de ser 'escaldante', mas o juiz da Associação de Futebol de Évora 'pintou' outro cenário.
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