René Meulensteen concedeu, esta sexta-feira, uma extensa entrevista ao portal britânico The Athletic, na qual revelou como transformou Cristiano Ronaldo numa autêntica 'máquina' de golos, durante a passagem deste pelo Manchester United.
O neerlandês chegou a Old Trafford, no verão de 2007, para assumir o papel de treinador-adjunto do 'eterno' Alex Ferguson, e trabalhou bem perto do internacional português, acabando por 'moldá-lo' naquilo que é, aos dias de hoje.
"Quando falei com ele pela primeira vez, perguntei-lhe quantos golos tinha marcado naquela época. A resposta foi 23. 'Então, quantos marcas no próximo ano?', perguntei. 'Porque presumo que queiras fazer mais'. A meta dele era 30. 'Penso que devias marcar 40', disse-lhe", começou por afirmar.
"Queria alterar a mentalidade dele. Ele dizia 'Quero marcar o golo da vitória e o mais belo do mundo'. Eu disse-lhe 'Cristiano, só tens de marcar o maior número de golos que conseguires, amigo. Aqueles golos perfeitos vão acontecer, mas quanto mais variares o teu jogo, mais vais manter aquele clique'. Clique, clique, clique. Em fevereiro, tinha 30 golos, e acabou com 42", acrescentou.
René Meulensteen explicou, ainda como trabalhou o ex-Sporting na marcação de pontapés-livres: "Deves ter reparado que a corrida dele mudou ao longo do tempo. Senti sempre que a corrida dele era demasiado retilínea. Anatomicamente, não consegues gerar muita energia se estiveres alinhado daquela maneira".
"Então, falámos sobre a técnica dele. Foi daí que surgiram os dois passos para trás e um para a esquerda. Se olhares para os números, há marcadores de pontapés-livres com melhor taxa de sucesso. Mas quando eles entram... Perfeito", completou.
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