Tamara Ramos, co-fundadora do sindicato Futbolistas ON (agora de baixa médica) e antiga funcionária da AFE até há seis anos, foi a primeira mulher a denunciar publicamente Luis Rubiales, em 2017, por uma alegada forma de atuar que agora, a propósito do comportamento do presidente da RFEF no Mundial feminino, voltou a gerar polémica em todo o mundo.
A dirigente ousou vir a público no seu tempo em que era diretora de marketing do sindicato maioritário dos jogadores, no último período do mandato de Rubiales (2010-2018) antes de ele rumar à Federação.
Agora, decidiu fazer um relato completo do que aconteceu na altura. Fê-lo a partir de sua casa, visivelmente afetada e nervosa: "Sofri humilhações, golpes (refere-se a murros na mesa), palavras que não posso repetir por causa do horário em que estamos.... Há muito tempo que é um ultraje", afirmou em declarações ao programa 'El programa del verano' da Telecinco.
Após essa queixa de Tamara Ramos a Rubiales, e depois de chegar a acordo com os advogados da AFE no ato de conciliação - evitando ir a tribunal - teve de deixar o seu emprego, foi indemnizada e fundou outro sindicato chamado Futbolistas ON, que ainda preside, juntamente com o seu ex-companheiro, Juanjo Martínez. "Não estou nada surpreendida com o que se está a passar, conheço-o há muitos anos e sofri com ele", em alusão ao beijo de Rubiales a Jenni Hermoso depois da final em Sidney.
"À frente de todos nós, ele, com a sua maneira de rir, disse-me: 'Vá lá, vieste aqui para pôr as joelheiras'. São palavras que ninguém merece, muito menos uma profissional que veio aqui para trabalhar. Ele disse-me: 'De que cor são as cuecas que tens vestidas hoje?' Sentimo-nos tão... como mulheres no mundo do futebol, somos tão poucas. É difícil fazer-lhe frente. Quando o processei, tinha dois bebés. Passei um mau bocado e foi difícil fazê-lo. Ele disse-me que se eu me fosse embora nem sequer me dava subsídio de desemprego", relatou.
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