Dois golos em quatro minutos. O FC Porto conseguiu, de rajada, já depois dos 90 minutos, fazer aquilo que não tinha feito durante todo o encontro. A exibição dos dragões foi apagada, mas suficiente para arrecadar um triunfo suado em casa do Rio Ave. A verdade é que, mesmo a sofrer, o FC Porto tem nove pontos em nove possíveis.
A primeira parte não teve grande espetáculo, com muito pouco tempo útil de jogo e bastantes faltas cometidas de parte a parte. Ainda assim, surgiram hipóteses de golo tanto para o FC Porto como para o Rio Ave.
A equipa da casa teve um primeiro remate por parte de João Graça, de média distância, que assustou Diogo Costa. Já o FC Porto teve um golo anulado a Mehdi Taremi (fica em branco mais uma vez) e um falhanço de Pepê, dentro da grande área rioavista.
A falta de ideias no ataque portista veio a traduzir-se em fragilidade defensiva. No início da segunda metade, Galeno fez 'asneira' e derrubou dois adversários dentro de área sem sequer tocar na bola. Costinha converteu bem a grande penalidade subsequente.
Depois de alguma insistência e mexidas de parte a parte, o FC Porto foi ganhando ascendente. Nota para mais uma boa entrada de Gonçalo Borges. Costinha, que já tinha marcado, teve pior sorte ao 'cair do pano' quando derrubou Gonçalo Borges dentro da própria área. Um lance que motivou um 'bate-boca' entre os dois já nas entrevistas rápidas. Galeno encarregou-se da marcação e obteve o golo do empate.
Finalmente, veio o 'golpe de teatro' de Iván Marcano, mais uma vez a selar a vitória do FC Porto nos descontos, não de cabeça mas com o pé esquerdo. O espanhol é o defesa mais goleador na história do clube. A equipa de Sérgio Conceição arrecadou mais uma vez os três pontos e partilha a liderança com o Sporting e Vitória SC.
Figura
Pensar noutro nome é perda de tempo. Ivan Marcano merece ser, mais uma vez, a figura em destaque da partida por decidir o encontro já para lá dos noventa minutos. As incursões tardias do espanhol no ataque têm dado frutos e mais do que uma opção de recurso, parece ser já uma arma secreta do FC Porto.
Surpresa
Ainda conta como surpresa? Tal como na partida anterior, Gonçalo Borges mexeu com o jogo mesmo com o estatuto de suplente utilizado. Desta vez não assistiu para golo mas esteve envolvido na jogada do primeiro golo portista, ao enganar Costinha e sofrer falta. O extremo ganha preponderância no FC Porto.
Desilusão
Mehdi Taremi bem podia encaixar aqui, mas um golo anulado por sete centímetros dá-lhe o benefício da dúvida. O elemento em pior forma do FC Porto foi mesmo Pepê, que jogou à frente de João Mário, no meio-campo dos dragões. Não conseguiu servir devidamente os colegas de equipa e ainda fica com o nome ligado a um dos maiores falhanços da jornada três da I Liga.
Treinadores
Vítor Bruno: Mais um jogo em que o adjunto de Sérgio Conceição dá a cara pela equipa técnica do FC Porto, já que o técnico principal viu o jogo da bancada. A avaliação feita a Vítor Bruno deve ser cautelosa. Por um lado, o FC Porto fez uma exibição muito apagada durante a maioria do jogo (o primeiro remate enquadrado aos 70 minutos). Por outro, as mexidas fizeram de novo bem ao FC Porto, com a entrada de Gonçalo Borges e Namaso em destaque.
Luís Freire: Noite ingrata para o técnico do Rio Ave, que viu escapar uma preciosa vitória ao FC Porto já depois dos noventa minutos. Mas não pareceu que esse eventual triunfo fosse mérito dos rioavistas e sim da 'falta de ideias' dos visitantes. As mexidas promovidas por Freire pareceram infrutíferas, e talvez a equipa tenha recuado demasiado.
Árbitro:
Fábio Veríssimo não teve uma noite imaculada. Primeiro, ficam na retina duas entradas merecedoras de cartão amarelo para Eustáquio, que passaram incólumes à vista de Fábio Veríssimo. Curiosamente, os dois lances acontecem antes dos sete minutos iniciais. Depois, há uma mão na bola de Fábio Ronaldo, passível de penálti a favor do FC Porto, que o árbitro deixou escapar. No entanto, as duas grandes penalidades assinaladas parecem bem ajuizadas.
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