Fábio Paim concedeu uma extensa entrevista à edição desta quinta-feira do jornal britânico The Sun, na qual 'abriu o livro' quanto ao fatídico ano de 2019, quando foi detido pelas autoridades por estar na posse de cinco gramas de cocaína.
O antigo jogador assumiu que ficou "assoberbado" com a vida de luxúria que o futebol lhe providenciou, quando assinou o primeiro contrato com o Sporting, pelo que tudo acabou por 'descambar' a partir daí: "Infelizmente para mim, nasci com talento. À medida que ganhava muito dinheiro, ganhei a ilusão de que não precisava de me esforçar.
"Era impossível uma pessoa como eu ser milionária. Arrependo-me de algumas das minhas escolhas. Agora, numa idade diferente, consigo ver o cenário de forma diferente. O talento estava lá, mas a cabeça não. A cabeça estava nas mulheres e nas festas", começou por afirmar.
"Estava em todo o lado menos no futebol. Fiz alguns jogos, mas o meu corpo não estava na melhor forma e não respondia àquilo que as pessoas estavam a exigir de mim, porque, se respondesse, eu teria jogado em Barcelona ou Real Madrid", acrescentou.
"A prisão onde estava era ao lado do campo onde a seleção nacional joga, por isso, conseguia vê-los treinar todos os dias, no apuramento para o Euro'2020. Eu estava lá por uma razão, e nunca pensei 'Ah, o Cristiano [Ronaldo] está lá. Eu também devia estar'", rematou.
Visivelmente emocionado, o ex-avançado, agora com 35 anos, não escondeu: "A prisão foi muito dura e difícil para mim e para a minha família. Mas fez-me bem. Aprendi que aquilo que te chega facilmente não é bom para ti".
"Já não podia continuar com aquele estilo de vida, por isso, precisava de trabalhar e ter dignidade. Agora, a minha vida está mais calma. Tenho a certeza de que vou cometer mais erros, porque sou humano. A prisão não era lugar para um rapaz como eu", completou.
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