A tarde de sábado no Estádio da Luz voltou a ser pouco saborosa para os adeptos do Benfica. Quatro dias após a derrota na Liga dos Campeões frente à Real Sociedad (0-1), que colocou as águias praticamente fora da prova europeia, eis que a equipa de Roger Schmidt voltou a escorregar, desta feita no campeonato, com um empate inesperado frente ao Casa Pia (1-1), em jogo da 9.ª jornada. 

A falta de inspiração ofensiva continua a ser um filme repetido nesta temporada do campeão nacional e nem a vantagem obtida em cima do intervalo evitou um desfecho a frio. 

João Mário regressou aos golos no campeonato, sete meses depois do último tento, e até com nota artística, mas viu o protagonismo ser roubado por Gaizka Larrazabal, jogador... basco. 

O Benfica, ainda assim, igualou o número de pontos do rival Sporting que, porém, apenas vai a jogo na segunda-feira, frente ao Boavista. Em caso de vitória, os leões podem isolar-se, ainda mais, no topo da tabela classificativa. 

Vamos aos protagonistas da tarde de sábado na Luz. 

A figura 

Quis o destino que o Benfica voltasse a ir ao tapete novamente por culpa de um basco. Se na terça-feira foi Brais Méndez, jogador dos bascos da Real Sociedad, quem 'calou' a Luz, ontem foi Larrazabal a aparecer aos 81 minutos para despejar novo balde de água fria na casa das águias. 

Além de ter feito um bom jogo, conseguindo criar problemas no corredor esquerdo das águias, nomeadamente após a entrada de Jurásek, o ala direito de 25 anos nascido em Bilbao ainda marcou um golo que funcionou como uma réplica do pesadelo basco vivido há poucos dias naquele mesmo palco. 

A surpresa 

No meio de tantas coisas que continuam a correr mal neste Benfica, João Mário parece ter feito as pazes com os golos, que tanta vezes ajudaram as águias a vencer na temporada passada. Se na Taça de Portugal estreou-se a marcar na presente época, ontem desfez um jejum de sete meses no campeonato. Além disso, conseguiu criar perigo a partir do corredor direito, com a preciosa ajuda de Aursnes, e as espaços viu-se a melhor versão de João Mário na Luz. 

A desilusão 

Arthur Cabral foi a aposta para a frente de ataque por parte de Roger Schmidt, que não podia contar com Musa, a contas com uma amigdalite, mas o brasileiro voltou a assinar nova exibição pouco conseguida pelo Benfica. Continua a parecer um corpo estranho no esquema tático das águias e muitas vezes não está no sítio certo para finalizar. Até teve um par de boas oportunidades, mas em nenhuma delas levou a melhor sobre Ricardo Batista. Começa a ser difícil convencer os adeptos encarnados. 

Os treinadores 

Roger Schmidt 

O treinador do Benfica pediu uma reação aos jogadores, mas a mesma parece ter durado apenas 45 minutos. Após o intervalo, as águias voltaram ao jogo algo apáticas e com o 1-0 na cabeça. As mexidas também não ajudaram, sendo que à falta de Kokçu, nenhum outro médio é capaz de oferecer o último passe. 

Filipe Martins

O Casa Pia vinha de duas derrotas consecutivas no campeonato e o treinador Filipe Martins tinha dito que o Benfica não era o melhor adversário para dar a volta ao mau momento. No entanto, a equipa deu uma boa resposta na Luz. O Casa Pia foi sempre atrevido e sempre que a bola chegava aos flancos o perigo era notório. Soube, também, mexer a partir do banco. 

O árbitro 

Cláudio Pereira teve uma noite algo tranquila, tirando aqueles dois lances de maior ruído nas duas grandes áreas. No primeiro, que envolve Florentino e Jajá, decidiu bem, uma vez que o médio do Benfica chegou tarde e derrubou o adversário. No segundo, em que Tengstedt queixa-se de ter sofrido falta, mandou jogar e parece, de facto, não haver razões para penálti. 

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