Jean-Michel Aulas, que foi durante vários anos presidente do Lyon, concedeu uma entrevista ao jornal francês L'Équipe, esta quarta-feira, na qual pediu sanções exemplares para os autores do ataque ao autocarro do Lyon que deixou várias pessoas feridas, entre elas o treinador Fabio Grosso.
"Estamos conscientes de que estivemos muito perto de um drama com consequências graves para o Olympique Lyon. Há a situação desportiva, a situação do clube em geral e esta lesão muito grave de Fábio (Grosso) e do seu adjunto. Temos a impressão de que se está a permitir que as coisas aconteçam. (...) Desta vez houve um ferimento grave e da próxima vez haverá mortes. Estou chocado por não estarmos a tomar todas as precauções para que isso não aconteça. Havia uma certa informação de que os atentados tinham sido planeados", começou por dizer o ex-líder do Lyon.
"Mais uma vez, da mesma forma que não podemos ilibar as pessoas que se identificam como adeptos do Marseille com atitudes fascistas, o futebol, o clube e, evidentemente, a segurança pública são todos responsáveis por este caso. (...) O jogo não devia ter sido adiado, mas as sanções devem ser definitivas desta vez. Se adiarmos o jogo, estaremos a dar aos agressores e a quem os assiste a oportunidade de o repetir", acrescentou, falando da situação gravosa em que ficou o treinador Fabio Grosso.
"O Fabio podia ter perdido um olho. Não quero que as posições que tomei sejam interpretadas de forma errada. Mas é verdade que é incompreensível. Se olharmos para todos os relatórios elaborados para os últimos jogos em Marselha, verificamos que o percurso e a proteção do treinador do Lyon foram objeto de uma atenção muito especial. Neste caso, verificamos que a escolta policial foi muito reduzida. Foi mesmo interrompida a certa altura, quando chegámos em frente ao famoso bar onde os adeptos estavam reunidos", finalizou Jean-Michel Aulas.
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