A visita a Chaves na tarde de sábado adivinhava-se complicada para o Benfica, mas as águias de Roger Schmidt acabaram por vencer, sem grande contestação, a formação flaviense (2-0), em jogo da 10.ª jornada da I Liga. Depois de um empate caseiro na ronda anterior, que aumentou a insatisfação dos adeptos encarnados, o campeão em título conseguiu retomar as vitórias no campeonato com uma exibição pouco brilhante, mas suficiente para amealhar os três pontos.
Poucas horas depois de ter visto o rival FC Porto escorregar em casa, com uma derrota frente ao Estoril (0-1), o Benfica conseguiu passar em Chaves, com golos de Aursnes (59') e João Mário (80'), de grande penalidade, numa tarde onde a chuva e o vento não ajudaram a que o futebol fosse praticado fosse, de facto, o mais entusiasmante.
Uma das notas de maior destaque no Estádio Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira foi o facto de Roger Schmidt ter apostado no mesmo onze que, dias antes, havia vencido em Arouca. E, sim, com o esquema de três centrais em ação.
Vamos, então, os protagonistas.
A figura
No meio de tanta desinspiração por parte do Benfica, valeu o talento (e a inteligência) de João Neves. O jovem internacional português não sabe jogar mal e na tarde de sábado foi mesmo a unidade mais esclarecedora por parte da equipa visitante. Ficou diretamente ligado aos dois golos, fazendo o cruzamento que originou o golo de Aursnes, e sofrendo a grande penalidade que João Mário transformou no tento que fixou o resultado final. Por esta altura é quase impossível imaginar a melhor versão deste Benfica sem João Neves no onze.
A surpresa
Bruno Langa ficou ligado ao penálti, tendo sido quem acertou em cheio na cara de João Neves com o braço. Ainda assim, o lateral moçambicano foi das unidades que mais causou problemas aos encarnados, aproveitando a velocidade que é capaz de colocar em campo, como também fazendo uso do remate a longa distância. Aos 61 minutos ficou mesmo à beira de marcar, deixando a baliza à guarda de Trubin a abanar por todos os lados, depois de ter acertado com estrondo na trave. Já espreita o salto para outros patamares.
A desilusão
Gonçalo Guedes foi novamente aposta para ocupar a posição mais adiantada, como falso ponta de lança, mas foi presa fácil para os defesa do Chaves. Sem surpresas acabou por ser substituído ao intervalo, uma vez que Guedes nunca conseguiu corresponder ao que lhe era pedido. O internacional português é conhecido pela sua polivalência no ataque, mas jogando como unidade mais avançada no terreno acaba por complicar mais do aquilo que consegue oferecer.
Os treinadores
Moreno Teixeira
O Desportivo de Chaves soube adaptar-se ao Benfica, especialmente nos primeiros 45 minutos. O golo de Aurnses, aos 59 minutos, fez ruir a estratégia defensiva e a partir daí Moreno viu a equipa não ser capaz de atacar as fragilidades defensivas do adversário. No entanto, é justo dizer que o Chaves vendeu cara a derrota.
Roger Schmidt
O técnico alemão voltou a apostar numa defesa com três centrais e em termos defensivos não se pode queixar, uma vez que a baliza de Trubin voltou a ficar em branco, tal como havia sucedido em Arouca. Ofensivamente as coisas estão longe de estar a ser um sucesso, mas Schmidt acabou por saber mexer ao intervalo, tirando Guedes e fazendo entrar Arthur Cabral, jogador que foi capaz de trazer uma outra dimensão ao ataque do Benfica.
O árbitro
A tarde não foi de grande trabalho e Hélder Malheiro também não complicou. Nos lances em que teve dúvidas aguardou pelo veredito do VAR. Ainda assim, os últimos minutos foram de maiores emoções, tendo, por exemplo, dado ordem de expulsão ao treinador Moreno.
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