Fernando Santos concedeu uma longa entrevista ao jornal A Bola, divulgada na edição impressa desta quarta-feira, a recordar os tempos em que orientou a seleção nacional, entre 2014 e o Mundial de 2022, tendo aproveitado para falar da relação com Cristiano Ronaldo, jogador que não hesitou em apontar como... "o melhor de sempre"-
"O melhor do Mundo para mim, de sempre, é este aqui [mostra um quadro com a imagem de Cristiano Ronaldo no Sporting] . Quando ele tinha 19 anos foi meu jogador no Sporting. E está aqui com a taça de campeão da Europa por Portugal. É inevitável. É o melhor jogador de sempre. Para mim é o melhor, e eu sempre disse isso enquanto selecionador nacional, apesar de muita gente não concordar comigo", começou por dizer.
"Pode gostar-se mais do estilo, ou menos do estilo. Os génios não têm comparação. Mas para além da grande qualidade, os números falam por ele. Quem é que tem, individual e coletivamente, mais recordes, mais golos, mais internacionalizações? Ganhou em Espanha, ganhou em Inglaterra, ganhou em Itália, ganhou pela Seleção, tem dois troféus de Seleção. Ganhou tudo e mais alguma coisa. E, portanto, não há hipóteses nenhumas. É o melhor jogador do Mundo. Eu que sempre adorei Eusébio, e que sempre gostei de Pelé, não tenho dúvida em dizer que é o melhor do Mundo", acrescentou de seguida.
Fernando Santos, que não teve vida fácil ao serviço da Polónia após a saída da seleção portuguesa, confessou que já não fala com o avançado do Al Nassr há sensivelmente um ano, desde o fim da participação da equipa das quinas no Qatar, mas reiterou que repetiria a estratégia de deixá-lo de fora do onze, tal como aconteceu em dois jogos no Mundial.
"Já não falamos... Não sei qual foi o dia, mas já não falamos desde que vim do Qatar. Não tem nada a ver com o jogo da Suíça. Eu tinha uma relação fortíssima com o Cristiano. Pessoal. Para além da relação profissional. Conhecemo-nos no Sporting quando ele tinha 19 anos e essa relação foi reforçada a partir do momento em que nos encontrámos na seleção. Sempre nos demos muito bem. A expressão é um bocadinho forte, mas quase como pai e filho, ou irmão mais novo e irmão mais velho", apontou.
"Se tivéssemos ganho a Marrocos, perante o adversário que vinha a seguir, se calhar o Cristiano era titular. Se tomava a mesma decisão? Tomava. Foi estratégica. Em primeiro lugar, tenho de pensar na equipa. Achei a melhor decisão. Eu e a minha equipa técnica, até porque nós discutimos este assunto. Não foi uma decisão leve. Posso dizer que, no dia em que o telefone tocar, o Cristiano Ronaldo sabe que estou cá", completou.
Recorde-se que, ao serviço de Portugal, Fernando Santos conquistou o Euro'2016 e, três anos depois, a Liga das Nações, títulos para os quais Cristiano Ronaldo também contribuiu.
Leia Também: Por cá: "Pepe anticrise" e Fernando Santos fala de Cristiano Ronaldo