O Sporting respondeu de forma categórica à desilusão provocada pelo dérbi perdido há duas semanas, diante do Benfica (2-1), ao garantir o apuramento para os 'oitavos' da Taça, este domingo, com uma goleada diante do Dumiense (8-0), em Alvalade.
A paragem de seleções serviu não só para reagir a essa 'mágoa', como para testar novas nuances táticas, algo que ficou patente na linha de quatro defesas apresentada frente ao emblema de Portugal, entre meia dúzia de alterações promovidas por Rúben Amorim.
Luís Neto - cuja titularidade já era conhecida previamente - deu arranque à goleada naquela que foi a sua estreia a marcar pelos leões (8'), quebrando igualmente um jejum de dez anos, seguindo-se depois o primeiro de três golos de Paulinho (28') num primeiro tempo em que as bolas paradas cobradas por Nuno Santos valiam ouro.
A segunda parte abriu com o primeiro golo de Francisco Trincão na presente temporada (46') e, pouco depois, Sebastián Coates alargou a vantagem para quatro golos (53'), num jogo em que igualou Anderson Polga como o estrangeiro com mais jogos pelo emblema de Alvalade.
Ainda dentro dos 12 minutos de sufoco (também eles sentenciadores), Paulinho chegaria ao bis (58') e ainda foi a tempo do hattrick (71'), ao finalizar, de calcanhar, uma jogada desenhada pelo recém-entrado Viktor Gyokeres. Até ao apito final, Nuno Santos juntou um golo de grande penalidade (75') às duas assistências que tinha feito a partir de pontapés de canto, sendo que Gyokeres fixaria o 8-0 final (83').
Vamos então às notas da partida
Figura
Paulinho assume-se, inevitavelmente, como a grande figura da partida, não só pelo hattrick que apontou, como pela simplicidade de processos que evidenciou ao longo de uma exibição praticamente sem erros. Com níveis de eficácia bem mais elevados, o internacional português teve até espaço para brilhar com um belo pormenor de calcanhar no terceiro golo - o quinto do Sporting. Paulinho não tinha marcado nos dois jogos anteriores, mas mostrou (uma vez mais) que Rúben Amorim pode contar com ele.
Surpresa
Luís Neto surpreendeu... não surpreendendo. Rúben Amorim já tinha anunciado a sua titularidade na conferência de antevisão, mas o experiente central talvez não contasse que este jogo dos dezasseis-avos da Taça de Portugal servisse para quebrar um jejum que já levava dez anos: o de festejar um golo. O defesa abriu o ativo de forma madrugadora e estreou-se a marcar pelo Sporting, voltando a fazer aquilo que já não fazia desde maio de 2013 (no Zenit), numa exibição também sólida do ponto de vista defensivo.
Desilusão
Torna-se ingrato colocar o nome de Pedro Costa neste capítulo, sobretudo pelo esforço que apresentou entre os postes perante um 'poderoso' Sporting, mas houve uma ou outra abordagem em que podia ter travado o avolumar de golos dos leões. Ainda assim, importa realçar que, seguindo a mesma linha, o guardião suplente do Dumiense - entra no onze nos jogos da Taça - também evitou outros tantos motivos de festejo do público de Alvalade.
Treinadores
Rúben Amorim promoveu uma pequena 'revolução' em relação ao onze apresentado na Luz - mais concretamente seis alterações - com variações no sistema tático, ao atuar com uma linha de quatro defesas, algo que surtiu efeitos (positivos) e que já havia sido testado durante a paragem. O treinador dos leões frisou o "respeito" pelo adversário ao apresentar-se praticamente na máxima força, revelando ser estratégico na hora de mexer na equipa durante o segundo tempo.
Filipe Oliveira surgiu emocionado na flash-interview de análise ao jogo pela história que a sua equipa fez ao poder mostrar o seu futebol em Alvalade. Apesar do desfecho 'pesado', o treinador do emblema do Campeonato de Portugal vincou que a equipa não se apresentou com o conhecido 'autocarro' na defesa, destacando a autenticidade em manter-se fiel à ideia de jogo, apesar de lamentar as fragilidades que ficaram evidentes nas bolas paradas - três dos oito golos nasceram de pontapés de canto.
Árbitro
Bruno José Costa protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, num duelo em que já sabia que não contaria com a ajuda do VAR, à semelhança do que aconteceu durante a restante eliminatória da Taça de Portugal. Seguro a apitar as faltas e coerente a mostrar cartões, o árbitro de 32 anos apenas foi ao bolso por duas ocasiões, para exibir dois amarelos.
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