Notas do Benfica-Inter: Efeito João Mário só durou meia hora

Águias entraram com tudo na receção ao Inter, mas 'esqueceram-se' que o jogo estava longe de estar fechado. Futuro europeu de Schmidt e companhia adiado para a próxima jornada.

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Francisco Amaral Santos
30/11/2023 08:02 ‧ 30/11/2023 por Francisco Amaral Santos

Desporto

Análise

O Benfica não foi além de um empate na receção ao Inter (3-3), na noite de quarta-feira, em jogo da 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Descartada a possibilidade de poder chegar aos oitavos de final da prova milionária, as águias entravam em campo a saber que tinham de fazer, pelo menos, o mesmo resultado do RB Salzburgo em Bilbau para continuarem na luta por um lugar no playoff de acesso à Liga Europa. 

A primeira parte até foi de grande euforia na Luz, com João Mário a completar um inédito hattrick em menos de meia hora. No entanto quase tudo mudou no segundo tempo. A euforia deu lugar à instabilidade e os comandados de Roger Schmidt acabariam por deixar fugir a vitória. 

A reação italiana traduziu-se em três golos e o empate voltou ao marcador, adiando o desfecho do futuro europeu do Benfica para a última jornada. 

Mas afinal o que precisa de fazer o Benfica na visita a Áustria? Precisa de vencer o Salzburgo por dois golos de diferença para anular a vantagem dos austríacos no confronto direto. Depois entra o critério dos golos marcados...

Mas vamos aos protagonistas da noite de ontem. 

A figura

João Mário regressou às noites inspiradas e depois de uma exibição pouco conseguida, três dias antes, diante do Famalicão. O médio português viveu mesmo uma noite de sonho a nível individual, conseguindo completar um hattrick em menos de meia hora, com golos aos cinco, 13 e 34 minutos, mas não evitou que o Benfica deixasse fugir um triunfo que parecia encaminhado. 

Numa época em que o rendimento de João Mário tem sido tão questionado, eis que o experiente jogador português decidiu dar um pontapé nas críticas e justificar o porquê de ser uma aposta que Schmidt recusa deixar cair. 

A surpresa 

Tengstedt está longe de ser o ponta de lança mais 'matador' que passou pelo Benfica, mas oferece outras coisas, nomeadamente largura e poder de ligação. Os dois primeiros golos das águias são exemplos perfeitos. No primeiro assiste diretamente João Mário e no segundo recupera e progride no relvado, antes de assistir novamente o camisola 20. Teve uma boa oportunidade para fazer o 4-3 na segunda parte, mas a assistência de Rafa também ficou longe de ser a melhor. 

A desilusão 

António Silva voltou a ser expulso num jogo da Liga dos Campeões pela segunda vez nesta temporada. Depois de ter visto o cartão vermelho no duelo frente ao Salzburgo, ainda numa fase inicial da partida e no arranque da fase de grupos, ontem também recebeu ordem de expulsão. O lance com Barella não foi maldoso, mas revelou alguma falta de experiência, uma vez que se precipitou em tentar antecipar um movimento de um jogador que havia acabado de entrar. 

Os treinadores

Roger Schmidt 

Manteve o mesmo onze com que havia derrotado o Famalicão e a primeira parte foi das melhores do Benfica nesta temporada. A equipa conseguiu ser competente em todos os momentos do jogo, sabendo atacar os espaços certos, ao mesmo tempo que não permitia grandes aventuras às investidas italianas. Na segunda parte ficou, uma vez mais, evidente que por vezes mexe tarde demais na equipa. Qual o motivo para lançar Tiago Gouveia e Chiquinho aos nove minutos de descontos?

Simone Inzaghi 

O treinador do Inter teve a ousadia de fazer quase uma revolução no onze, mas não deixou cair a aposta feita após o intervalo. Manteve os mesmos 11 jogadores apesar de o resultado ser amplamente desfavorável e viu a equipa dar uma resposta à altura. Apenas mexeu quando a vantagem do Benfica era mínima. No final disse ter 20 titulares e não apenas 11. 

O árbitro

O que se pode dizer da noite de Andris Treimanis? Das três equipas que pisaram o relvado da Luz, a da arbitragem foi a que esteve mais longe do nível Champions. O árbitro letão liderou uma equipa com várias decisões erradas e não teve o mesmo critério ao longo do jogo. Exemplo prático: Uma falta aos seis minutos não teve a mesma avaliação de uma semelhante aos 20. O assistente que se situava no lado oposto ao banco de suplentes também não ajudou, anulando dois golos que eram... limpos. Valeu o VAR que, ainda assim, poderia ter outra interpretação no lance da expulsão de António Silva. 

O lance mais polémico foi o da grande penalidade. Sim, Otamendi toca no pé de Thuram, mas no início da jogada João Neves é carregado nas costas por Alexis Sánchez, numa posição que daria um livre perigoso ao Benfica. Assim, um livre direto para uma equipa em zona atacante foi transformado em penálti para a outra. Onde estava o VAR?

Leia Também: Champions: Quem já está apurado, os eliminados e o que falta decidir

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