Um mês depois, o FC Porto voltou a soçobrar perante os homens da 'Linha'. O Estoril venceu a equipa de Sérgio Conceição, por 3-1, na Taça da Liga, numa vitória decidida nos instantes finais. Quando o jogo parecia encaminhar-se para um empate, dois golos de rajada de Guitane e João Carlos ditaram a vitória caseira. David Carmo voltou a exibir algumas fragilidades (já mostradas na derrota com Estoril para a I Liga).
Mas vamos recordar o filme do jogo. O FC Porto apresentou-se de início com algumas alterações (o mesmo pode dizer-se do Estoril). Foi uma defesa 'improvisada' por Sérgio Conceição, muito distante daquilo que é, certamente as ambições do treinador para um clube como o FC Porto. Cláudio Ramos jogou de início, com David Carmo e Fábio Cardoso a centrais, Zé Pedro adaptado à direita e João Mendes na esquerda. Grujic supriu o lesionado Varela no meio-campo.
Até foram os portistas a chegar primeiro ao golo, mas foi anulado. Francisco Conceição teve uma jogada de grande qualidade, a rematar cruzado para o poste mais distante, mas Galeno estava em posição irregular quando participou na jogada.
Pouco depois, chegou o primeiro tento do Estoril. Grande abertura de João Mendes, médio em evidência esta época, para Cassiano. O avançado brasileiro não desperdiçou. Menos de dez minutos depois, resposta do FC Porto com Pepê a aparecer por dentro e atirar para o fundo das redes. Belo movimento e bom passe de Taremi.
A partir daí, o jogo entrou numa espécie de 'congelamento'. Muitas mexidas de parte a parte, mas parece que Vasco Seabra foi mais feliz: é que dois suplentes utilizados é que chegaram ao golo, já para além dos noventa. Primeiro, Rafik Guitane 'partiu' a defesa do FC Porto, desde a ala esquerda até ao meio, e bateu Cláudio Ramos. Depois, David Carmo cometeu uma grande penalidade infantil e João Carlos fez o 3-1 final. O Estoril apurou-se para a 'final four' da Taça da Liga, já o FC Porto ficou impedido de defender o título.
Figura
Não houve um homem claramente em destaque mas é fácil eleger o momento do jogo - o 2-1, protagonizado por Rafik Guitane, que nem precisou de ser titular para sentenciar o jogo. Uma jogada 'maradoniana' do franco-argelino, que teve passagens por Rennes e Le Havre.
Surpresa
João Marques começa a afirmar-se como um dos melhores médios da I Liga fora dos 'quatro grandes' e mostrou mais uma vez grande visão e capacidade de passe no primeiro golo do Estoril. Descaído pelo lado esquerdo, Marques saiu ao intervalo, talvez por limitações físicas.
Desilusão
É injusto individualizar uma derrota, mas nos dois últimos golos do Estoril David Carmo parece ter tido uma má abordagem. No primeiro, fica 'a meio caminho' entre proteger a baliza e 'encostar' em Guitane. No segundo, comete uma grande penalidade evitável. Convém lembrar que Carmo fez também a falta que originou o golo da vitória do Estoril, há um mês.
Treinadores
Tudo é exigido a Sérgio Conceição, mas a verdade é que o técnico tem feito 'omeletes sem ovos' há muitos anos. O onze titular do FC Porto ilustra isso. No entanto, é exigido mais frente a um adversário como o Estoril - o próprio treinador assumiu no final do jogo que "falhou".
Vasco Seabra entrou no Estoril a meio da época, mas já pode apresentar algo histórico - duas vitórias ao FC Porto. Teve alguma felicidade nas substituições. Os canarinhos não fizeram uma excelente, mas conseguiram jogar com o relógio e criar 'apatia' no FC Porto.
Árbitro
A arbitragem de Hélder Malheiro não teve polémicas nem contratempos. Controlou bem as emoções dentro e fora do relvado e foi bem apoiado pelos colegas do VAR no golo anulado a Francisco Conceição.
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