Na extensa entrevista que concedeu, esta segunda-feira, ao podcast 'The Obi One Podcast', do ex-jogador John Obi Mikel, José Mourinho também recordou as duas passagens pelo Chelsea, onde foi treinador do ex-internacional iraniano.
"Porque é que a equipa era especial? Acima de tudo, por causa do dinheiro de [Roman] Abramovich. Sempre que falamos das melhores equipas, falamos também de dinheiro. O que o Manchester City e Liverpool são agora, o Chelsea era e ainda é, embora não sejam tão bons como nós éramos. Tínhamos tudo do melhor: bom treinador, bons jogadores e podíamos escolher jogadores com base no caráter ou personalidade", começou por dizer Mourinho.
O atual treinador da AS Roma explicou ainda os motivos que levaram às saída de Mohamed Salah e Kevin De Bruyne dos blues, eles que brilharam ao serviço de Liverpool e Manchester City, respetivamente.
"Para ser honesto, eles partiram porque queriam partir. Saíram porque não quiseram esperar. A história prova que a opção deles foi boa porque tiveram as carreiras que têm e atingiram um nível elevado, mas, às vezes, os miúdos tomam decisões dessas porque não conseguem esperar, ou não têm paciência para ter calma e esperar pelo momento certo. Por vezes, a sua carreira vai na direção errada. Quando as pessoas me dizem que deixei o Salah ir embora, eu digo exatamente o contrário. Eu comprei o Salah. Fui eu que disse para o comprar. Ele estava a ir do Basileia para o Liverpool e eu lutei para que ele viesse para o Chelsea", atirou Mourinho, falando do caso de De Bruyne.
"Com o Kevin, foi muito semelhante. Fizemos a pré-época na Ásia. Fomos à Indonésia, à Tailândia, e o Kevin ia ser emprestado a uma equipa alemã. Eu disse ao clube 'não, não o quero emprestado, quero-o comigo'. Ele ficou comigo e começou a época da Premier League a jogar como titular. Depois disso, jogámos a Supertaça Europeia em Praga contra o Bayern e ele não jogou esse jogo. Depois, no dia seguinte, quis ir-se embora. Jogámos o segundo jogo da época da Premier League contra o Manchester United em Old Trafford e empatámos 0-0. Ele estava no banco e jogou alguns minutos, mas não foi suficiente para ele, por isso quis sair. Quando se está no Chelsea e se quer sair, vai-se embora e vem outro. Eram apenas miúdos que não podiam esperar, e as suas carreiras dizem que tinham razão, mas não fui eu que o fiz. Provavelmente os outros vão dizer que os empurrei para fora, mas não eles", frisou o setubalense.
José Mourinho recordou ainda o seu processo de saída do Tottenham, que considerou muito ridículo e a apenas dois dias de uma final de uma competição.
"A saída mais ridícula foi um clube [Tottenham] que tem uma sala de troféus vazia despedir-me dois dias antes de uma final. Essa é que foi... vá lá! O Tottenham nunca ganhou durante 50 anos. Não me lembro quando. Estou a dois dias de uma final e não pude ir à final. É aquela que não cheira bem", finalizou.
Leia Também: José Mourinho recorda passagem pelo Man. United: "Já na minha altura..."