"Vejo muita qualidade dentro do plantel e estou satisfeito com os jogadores que tenho ao dispor. Se estivermos unidos, tenho a certeza de que vamos conseguir atingir os nossos objetivos, que passam por conquistar os três pontos semana após semana", direcionou.
Ricardo Paiva falava em conferência de imprensa no Estádio do Bessa, no Porto, poucas horas depois de ter sido promovido em definitivo no comando do Boavista até ao final da época pela SAD liderada por Vítor Murta, deixando para trás um período de quase duas semanas em que dividiu com o técnico-adjunto Jorge Couto a sucessão interina de Petit.
Durante essa fase, os 'axadrezados' empataram em casa frente ao Vitória de Guimarães (1-1), em 16 de dezembro, na 14.ª jornada do campeonato, resultado que impediu uma sexta derrota consecutiva na prova, mas elevou para nove a série de jogos sem vencer.
O sucessor de Petit apareceu na ficha desse encontro como delegado, uma vez que não possui o quarto nível de treinador, ao contrário de Jorge Couto, que foi campeão nacional pelo Boavista em 2000/01 e continuará formalmente como principal responsável técnico.
"No plano exibicional, espero que a equipa se mantenha ao nível daquilo que apresentou nesse embate anterior: compacta, esclarecida nos processos e que tenha a vitória como objetivo principal. Quanto a alterações, vamos aproveitar o bom trabalho que já existia e conferir nuances para que a equipa percorra o seu caminho de modo sustentado", frisou.
Ricardo Paiva treinava o conjunto de sub-19 do Boavista há sete temporadas, tendo sido campeão nacional da II Divisão desse escalão em 2016/17 e 2021/22, e coordenou as camadas jovens do clube, antes de encarar esta inédita passagem pelo conjunto sénior.
"É bom ter algumas caras conhecidas, mas, até por alguma imaturidade desses mesmos futebolistas no seio de um grupo com imensa experiência, não me parece que isso seja determinante", notou o técnico, que já trabalhou com vários jovens integrados no plantel, numa carreira iniciada como técnico-adjunto de Sérgio Conceição, atual treinador do FC Porto, ao serviço de Olhanense, Académica, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.
Ricardo Paiva e Jorge Couto tinham feito parte da liderança repartida escolhida por Vítor Murta para colmatar a saída de Petit, cuja rescisão contratual foi comunicada em 12 de dezembro, com base num pedido de demissão efetuado pelo treinador a seguir à derrota sofrida dois dias antes no terreno do Estrela da Amadora (3-1), da 13.ª jornada da I Liga.
"Ele não foi uma solução de recurso, mas a nossa única solução. Já vimos situações em outros clubes e no passado do Boavista em que houve sucesso na opção por treinadores da casa. Quando muitos dizem que descobriram a pólvora, todos os jovens [do plantel] já passaram pelas mãos do Ricardo Paiva e foram uma aposta deste presidente", avaliou o presidente da SAD, recordando o "trabalho fantástico" do sucessor de Petit na formação.
César, Luís Pires, Vincent Sasso, Júlio Dabó e Luís Santos continuam no boletim clínico das 'panteras', que estão ainda privadas dos influentes médios Sebastián Pérez e Gaius Makouta, ambos suspensos, e não triunfam para o campeonato há mais de três meses.
O Boavista, 12.º classificado, com 16 pontos, visitará o Gil Vicente, 17.º e penúltimo, com 12, no sábado, às 15:30, no Estádio Cidade de Barcelos, em desafio da 15.ª jornada da I Liga, última de 2023, que vai ter arbitragem de Luís Godinho, da associação de Évora.
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