Numa entrevista ao Onze Mondial, Rui Vitória recordou a sua passagem pelo Benfica e a forma como mudou a política da formação em Portugal.

"Tenho excelentes recordações. O Benfica é um grande clube. O meu objetivo era treinar uma grande equipa. Quando se vai para lá, descobre-se a dimensão do clube. É um prazer enorme. Gostava que todos os treinadores tivessem essa experiência para perceberem o que é treinar um grande clube", começou por dizer o agora selecionador do Egito.

"Os títulos são importantes, mas é igualmente gratificante lançar estes jovens. Quando cheguei, disse ao meu presidente que queria reforçar o plantel com 5 ou 6 jovens da formação..  Isso era uma coisa nova em Portugal, nem o Benfica nem os outros grandes clubes tinham essa política de formação. E nós mudámos esse paradigma. Modéstia à parte, acho que passámos uma mensagem a Portugal de que é possível ter sucesso com jogadores que vieram da formação. Desde então, todos os outros clubes seguiram o exemplo. E posso dizer o seguinte: se não o fizerem, estão a caminhar para o desastre. Perde-se uma mina de ouro e milhões em transferências", complementou, antes de abordar a demissão do Benfica em janeiro de 2019, sendo seis dias nomeado treinador do Al-Nassr, na Arábia Saudita.

"Eles já estavam interessados quando eu estava a treinar o Benfica. Quando saí do clube, eles voltaram. Há duas ou três variáveis que tive em conta. Em primeiro lugar, o aspeto financeiro. Somos profissionais e temos uma família. Em segundo lugar, queria descobrir algo novo. Muitas vezes fechamo-nos nas nossas conchas e pensamos que o mundo inteiro é assim. Não. O mundo é mais do que isso. Não estou a dizer que é melhor ou pior. Estou apenas a dizer que é preciso descobrir e viver estas experiências. Combinei este novo desafio com uma nova realidade. E assim que cheguei, tornámo-nos campeões. Portanto, o título que não ganhei com o Benfica, ganhei-o na Arábia Saudita. De facto, foi o último título de campeão deles", rematou.

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