"Novo ala-direito? Não concordo que Ricardo Esgaio seja o patinho feio"

Tonel, antigo defesa-central do Sporting, analisa a questão da ala direita da equipa após várias críticas feitas à exibição de Ricardo Esgaio frente ao Sp. Braga. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Tonel admite não concordar com essas análises.

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© Nuno Brites / Global Imagens

David Silva
26/01/2024 07:54 ‧ 26/01/2024 por David Silva

Desporto

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A exibição de Ricardo Esgaio diante do Sp. Braga, na meia-final da Taça da Liga, na terça-feira, foi muito esmiuçada nas redes sociais e na televisão. Tem-se colado a responsabilidade do lateral-direito à derrota do Sporting por não ter acompanhado Abel Ruiz até ao fim no lance do golo dos minhotos, aos 65 minutos. 

Três minutos depois, Esgaio foi substituído, assumindo Francisco Trincão o lado direito da estrutura tática do Sporting. Não é a primeira vez que o atleta, que chegou recentemente aos 150 jogos pelo Sporting, é posto em causa. No entanto, nem todos partilham dessa opinião. 

O Desporto ao Minuto falou com Tonel, antigo defesa-central do Sporting, que defende o profissionalismo de Ricardo Esgaio. Além disso, refere que no lance do golo há mais mérito de Abel Ruiz, marcador, do que demérito de Ricardo Esgaio, defesa. 

"Se Ricardo Esgaio é o 'patinho feio'? Não concordo. Acho errado. Sei que é um grande profissional, e para chegar onde chegou trabalhou muito, dedicou-se muito. Agora, como se costuma dizer, paga pelas que faz e as que não faz. Este golo que o Sporting sofreu em Leiria, pode-se dizer que esteve um bocadinho mal na abordagem, mas há que dar muito mérito ao ponta-de-lança. O Abel Ruiz age e o defesa reage. Há muito mais mérito para o Abel Ruiz e de quem cruza do que propriamente demérito do Ricardo Esgaio, porque fica muito difícil acompanhar reagir no tempo certo, à movimentação do avançado do Sp. Braga", analisa Tonel, que representou o Sporting durante cinco temporadas. 

   Com a movimentação do Abel Ruiz, fosse o Esgaio, fosse o Porro...Além disso, Tonel diz que não houve apenas responsabilidade do lateral na derrota. O Sporting fez 19 remates e acertou três vezes nos ferros da baliza do Sp. Braga. "Faltou eficácia e houve erros de finalização. Mas, com a movimentação do Abel Ruiz, fosse o Esgaio, fosse o Porro, fosse quem fosse, era muito difícil acompanhar na forma como o defesa reage. Não concordo com muitas críticas que são feitas, olhando para este golo, mas também por outras do passado", termina.

Recorrer ao mercado de transferências é uma possibilidade

Para além de Esgaio, Amorim conta com Iván Fresneda, jovem espanhol contratado esta temporada mas que esteve a maior parte da época lesionado, para a ala direita e tem adaptado Geny Catamo, recém-chegado da CAN'2024. Questionado sobre a necessidade de recorrer ao mercado, ainda em janeiro, para aumentar as opções de Rúben Amorim do lado direito do campo, Tonel defende que essa possibilidade seja acionada só com o jogador certo. 

"Se houvesse uma boa oportunidade de negócio, se o Sporting conseguisse contratar alguém que possa vir e dar garantias de entrar no onze, sem grande tempo de adaptação, ou seja, um jogador com maturidade e capacidade acima da média, e à partida vir para ser titular, aí acho que era importante. Se não vier, também não acho que seja um drama. Podendo acrescentar qualidade e se for um jogador que possa chegar e jogar, não é de desperdiçar", diz Tonel. 

Esse jogador não estará em Portugal. "Olhando só para o nosso campeonato, vendo a possibilidade de alguns jogadores chegar e encaixar logo no Sporting, não vejo. Não vejo essa possibilidade. O Sporting tem muitos olheiros, uma estrutura grande, hoje em dia com internet consegue-se fazer muita coisa. Do nosso campeonato, olhando àquilo que é nosso campeonato não vejo essa possibilidade", conclui Tonel. 

   Geny é uma situação de recurso. Sporting fica sem largura

Já quanto ao regresso de Geny Catamo, que se afirmou nesta época em Alvalade, Tonel admite a equipa perde alguma largura quando o moçambicano joga do lado direito, especialmente quando os outros colegas que jogam mais à frente também são esquerdinos.

"Concordo que o Geny é uma situação de recurso. Sendo um esquerdino sente-se bem ofensivamente é a vir de fora para dentro. Normalmente é Edwards ou Trincão à frente dele e o Sporting fica um pouco sem largura. Jogando com o Geny atrás, dois esquerdinos do lado direito, pode faltar largura face àquilo que são as características dos jogadores", diz o antigo defesa-central do Sporting, retirado desde 2016. 

Leia Também: Sporting 'tranca as portas' a Diomande e Francisco Trincão

 

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