É caso para dizer que o FC Porto não venceu no Estádio do Dragão por uma questão de centímetros. Na receção de sábado ao Rio Ave, os azuis e brancos não saíram do nulo com o conjunto vilacondense e muito por culpa da boa prestação defensiva do adversário.
Numa 20.ª jornada da I Liga marcada pela falta de policiamento em Famalicão, e que também quase colocou em risco este encontro no Dragão, foi a grande segurança da equipa de Vila do Conde que impediu que o FC Porto saísse com os três pontos.
A criatividade da equipa de Sérgio Conceição esteve lá logo desde o primeiro minuto do encontro. À semelhança de partidas anteriores, o conjunto da Invicta entrou a pressionar alto e a provocar o erro do adversário. Prova disso foi a grande penalidade que foi revertida por António Nobre após um lance entre Evanilson e Miguel Nóbrega.
Os visitantes abdicaram da iniciativa de jogo e foram pacientes para alcançar os seus intentos nesta viagem até ao terreno de um dos candidatos ao título. Num jogo de sentido único, a diferença esteve na linha de fora de jogo. É que o FC Porto até marcou em duas ocasiões, mas a festa portista foi travada por centímetros.
Os vice-campeões nacionais abriram o marcador em cima do décimo minuto de jogo, mas festejaram por pouco tempo. Numa grande jogada coletiva, Francisco Conceição cruzou para o cabeceamento de Nico González, travado por Jhonatan. Na recarga, Galeno atirou para o fundo das redes, mas o golo acabaria anulado por quatro centímetros.
Minutos volvidos, o vídeoárbitro voltou a ação no Dragão, desta feita para travar a euforia de Evanilson, a viver um excelente momento de forma. À passagem do minuto 40, o astro brasileiro colocou a bola no fundo das redes de Jhonatan, mas o lance acabaria invalidado por culpa do avançado canarinho estar 14 minutos fora de jogo.
Para o que restava do encontro, o Rio Ave ergueu uma autêntica muralha defensiva. O FC Porto reentrou no duelo muito nervoso e até algo impaciente. Os remates sucederam-se, mas sem grande critério na hora de finalizar. Jhonatan também se exibiu a bom nível nas redes do Rio Ave e segurou o nulo no Dragão.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Se o Rio Ave saí com um ponto da visita ao FC Porto muito deve agradecer ao guarda-redes Jhonatan. Acabou por ser o bastião daquela que foi a estratégia delineada pelo conjunto de Vila do Conde para esta partida. Os vilacondenses abdicaram da iniciativa de jogo e apostaram na segurança defensiva para arrancar o empate no Dragão.
Surpresa
Francisco Conceição foi o agitador de serviço do ataque do FC Porto. O Rio Ave fez de tudo para travar o criativo portista, mas teve enormes dificuldades. Instalou, por vezes, o caos na defesa contrária. Usou da criatividade para tentar quebrar o muro vilacondense, mas não foi eficaz nesse capítulo.
Desilusão
Fábio Ronaldo foi o jogador menos no Rio Ave. Mostrou muitas dificuldades no capítulo defensivo, apesar de estar a jogar numa posição que nem era a sua. Foi alvo fácil para os homens do ataque do FC Porto.
Treinadores
Sérgio Conceição
Tivessem existido golos e estaríamos aqui a dizer que o FC Porto tinha goleado o Rio Ave. Foram 16 ocasiões de golo, 23 pontapés de canto e uma posse de bola acima dos 70 por cento. Os homens de Sérgio Conceição fizeram de tudo para conquistar os três pontos, mas sem conseguir o seu intento. O adversário foi anulado de forma clara e fortemente dominado pelo FC Porto.
Luís Freire
É discutível se a opção de abdicar da iniciativa de jogo foi a certa para este encontro, mas o resultado final diz que, pelo menos, o Rio Ave acertou em parte nesta aposta. No entanto, e em outros jogos contra equipas mais fortes, o conjunto de Vila do Conde mostrou outros argumentos que não apresentou no Dragão. Sai desta partida sem remates à baliza do FC Porto e apenas três tentativas para fora. É preciso mais e melhor se quiserem sair da zona baixa da tabela classificativa.
Arbitragem
António Nobre esteve bem na análise naqueles que foram os três grande casos da partida: os dois golos anulados e a grande penalidade revertida. Ainda assim, o critério disciplinar foi pouco unânime de parte a parte. O uso frequente do apito levou a que o tempo útil de jogo fosse menor do que certamente os dois treinadores desejavam. Esteve bem na expulsão de Boateng. Não teve impacto no resultado final, mas exige-se mais a um árbitro experiente.
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