No Estádio de São Luís, em Faro, o jogo entre Farense e Famalicão, que terminou empatado (1-1), esteve interrompido entre os 80 e os 84 minutos, depois de Chiquinho se ter queixado ao árbitro Hélder Malheiro de alegados insultos racistas vindos da bancada.
A PSP identificou um adepto afeto aos algarvios, que, através do 'speaker', apelaram à contenção e sublinharam estar "contra o racismo".
Em comunicado divulgado após a partida, o Farense demarcou-se "de qualquer comportamento menos próprio que possa ter ocorrido durante o jogo de hoje", assinalando que se pauta "pela defesa e valorização dos mais elevados princípios de humanismo, civismo e não discriminação".
"O Sporting Clube Farense tudo fará, em conjunto com as autoridades competentes, para apurar o que realmente se passou, e tudo fazer para que, sendo esse o caso, o comportamento seja exemplarmente punido", acrescenta o emblema algarvio, atual sétimo classificado na I Liga.
Em comunicado, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional condenou "de forma veemente todo e qualquer tipo de comportamento que coloque em causa a essência inclusiva e agregadora do futebol".
A Liga de clubes exortou as autoridades competentes a punirem, "de forma exemplar", o adepto responsável pela "conduta imprópria", o qual foi identificado pelas forças de segurança presentes no Estádio de São Luís, "para que fique claro que no futebol não há espaço para o racismo".
O ato mereceu igualmente a condenação por parte do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, que se manifestou através da rede social X.
"Tolerância zero ao racismo! O jogo desta tarde entre o Farense e o Famalicão, a contar para a Liga, ficou manchado pelo insulto racista de um adepto ao jogador Francisco Jorge 'Chiquinho (Famalicão). A APCVD (Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto) irá agir. O caso será entregue ao Ministério Público", pode ler-se na mensagem deixada por João Paulo Correia.
Também o Sindicato dos Jogadores condenou os insultos racistas dirigidos ao avançado Chiquinho, através de um comunicado no qual o presidente deste organismo, Joaquim Evangelista, manifestou "total solidariedade com o jogador português".
"As manifestações de racismo em qualquer estádio de futebol são intoleráveis. Quero manifestar total solidariedade com o Chiquinho e, tendo o adepto em causa sido identificado pelas autoridades, espero uma ação célere e eficaz dentro de um quadro legal, que foi revisto, precisamente, para afastar estas pessoas do futebol e punir eficazmente os seus atos. Tolerância zero!", refere o dirigente, deixando ao jogador "e a todos os que, como ele, têm sido vítimas destes atos, o apoio incondicional" do sindicato.