As notas do Benfica-Rangers: Águia em crise salva com golos caídos do céu

Encarnados estiveram em desvantagem por duas vezes na receção ao Rangers mas conseguiram sempre empatar. Eliminatória vai resolver-se em Glasgow, e contestação a Roger Schmidt voltou a subir de tom.

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Rodrigo Querido
08/03/2024 07:19 ‧ 08/03/2024 por Rodrigo Querido

Desporto

Análise

É de tropeção em tropeção que se tem escrito a história do Benfica no decorrer dos últimos dias. A semana do universo encarnada não tem sido fácil, sobretudo depois de duas dolorosas derrotas frente aos rivais Sporting, em Alvalade, e FC Porto, com uma copiosa goleada no Estádio do Dragão na última jornada do campeonato português.

Seguiu-se a receção ao Rangers. No Estádio da Luz, os adeptos encarnados esperavam, certamente, que a tempestade nacional dos últimos dias desse lugar à bonança europeia. Mas não foi isso que aconteceu.

O Benfica provou que está numa crise de resultados, e naquela que será, porventura, a pior fase da época. Os lisboetas somaram novo dissabor e, na noite de quinta-feira, o melhor que conseguiram foi anular, por duas vezes, a vantagem de uma equipa que se apresentou em Lisboa de forma muito desinibida. O empate a duas bolas não compromete as aspirações do campeão português, mas deixa tudo em aberto para o sempre difícil ambiente que aparecerá no Ibrox na próxima semana.

É certo que a mudança de atitude em relação aos dois encontros anteriores foi notória, mas foram por demais evidentes os problemas defensivos que têm assombrado o Benfica nesta temporada desportiva. E prova disso foi o mau arranque de jogo.

Lawrence, logo aos 7 minutos, colocou os escoceses em vantagem na Luz. O Benfica reagiu e foi do céu, ou melhor, da mão de Souttar que surgiu a oportunidade para o empate. Depois do árbitro castigar uma mão na bola do jogador escocês, Di María empatou, de penálti, aos 45+2'. Porém, ainda antes do intervalo, Sterling voltou a colocar o Rangers na frente do marcador, aos 45+5'

No regresso para o segundo tempo, o Benfica teve de assumir as custas do desafio, até porque estava à procura de alcançar um resultado positivo, mas, apenas depois de alguma insistência, é que foi capaz de colocar a bola no fundo da baliza escocesa... e nem foi com recurso a um jogador encarnado. Bafejado pela sorte, o conjunto encarnado voltou a chegar ao empate, num autogolo de Goldson em cima do minuto 67.

A equipa insistiu, insistiu e insistiu à procura da reviravolta, mas a pouca definição no último terço redundou num empate que deixa tudo em aberto para a segunda mão, daqui a uma semana, em Glasgow. À vista estará um encontro difícil no Ibrox Stadium.

Mas vamos às notas desta partida:

Figura

Fábio Silva foi um autêntico problema para a defesa encarnada. De regresso a Portugal onde já brilhou com a camisola do FC Porto, o avançado português esteve ligado aos dois golos do Rangers no Estádio da Luz e teve ainda uma oportunidade soberana para marcar ele próprio o terceiro. Deu início à jogada que originou o golo de Lawrence e fez o passe para o remate certeiro de Sterling.

Surpresa

Tom Lawrence foi uma dor de cabeça para a formação encarnada, não só pela forma como deambulava pelo relvado quase sem oposição, mas também pela criatividade que trouxe ao ataque dos protestantes. Acabou por abrir o marcador com um bom golo de cabeça.

Desilusão

De regresso à titularidade, Arthur Cabral foi um homem a menos do lado do Benfica. O brasileiro teve dificuldade em encontrar espaço na área adversária e até protagonizou um falhanço incrível na primeira parte.

Treinadores

Roger Schmidt:

A equipa mostrou melhorias na atitude em comparação com os jogos diante de Sporting e de FC Porto, mas continua permeável na hora de defender. Os jogadores pareceram estar com a cabeça nos desaires anteriores e isso pode ter contribuído para algumas exibições mais negativas de determinados jogadores. Faltou coesão na pressão coletiva.

Philippe Clément:

O Rangers foi muito eficaz na Luz e concretizou em golo duas das poucas ocasiões de golo que teve. Os protestantes mostraram que vieram a Lisboa para discutir a eliminatória e sem qualquer medo do poderio do adversário. O empate pode favorecer mais os escoceses do que as águias para o encontro da segunda mão.

Arbitragem

Tobias Stieler teve um critério largo na marcação das faltas no arranque da partida, mas foi ajustando as decisões no decorrer do jogo. Foi bem auxiliado pelo VAR nas questões de análise mais difícil, como a grande penalidade que esteve na origem do golo de Di María.

Leia Também: 'Power Ranger' Goldson salva Schmidt e Benfica decide passagem na Escócia

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