Apenas três dias após a eliminação europeia diante da Atalanta, o Sporting soube responder com classe na I Liga, este domingo, ao golear o Boavista por 6-1, num jogo em que chegou a perder desde bem cedo, acabando por se manter no trono do campeonato português, em resposta ao mais recente triunfo do Benfica.
Logo a abrir o encontro em Alvalade, Makouta surpreendeu tudo e todos ao deixar os axadrezados em vantagem (3'), sendo algo que durou até bem perto do intervalo. Já depois do golo anulado a Francisco Trincão (6') e das inúmeras tentativas de Gyokeres e Paulinho, seriam precisamente estes dois a construir o golo do empate, com a assistência do português para o sueco, em cima do minuto 45.
O conjunto de Rúben Amorim não podia ter pedido melhor altura para 'abanar' com o marcador e a segunda parte que protagonizou foi prova disso mesmo. Paulinho assinou a 'cambalhota' no marcador na reta inicial do segundo tempo (54'), ao que se seguiram mais dois golos de Gyokeres - um aos 68 minutos e o outro, de grande penalidade, aos 78 minutos.
Já na reta final, Nuno Santos também quis entrar para a lista de marcadores (88'), com direito a assistência do sueco, sendo que o 6-1 final ficou 'reservado' para Paulinho, deixando novamente os adeptos a 'vibrar' com o seu nome amplamente entoado a partir das bancadas.
Dessa forma, antes da paragem para seleções, o Sporting mantém-se na liderança, com 65 pontos, mais um por comparação ao Benfica, sendo que ainda conta com um jogo em atraso. Já o Boavista mantém-se na 10.ª posição, com 28 pontos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Viktor Gyokeres continua a mostrar que o Sporting dificilmente poderia ter feito um melhor investimento do que a sua contratação no passado verão. O ponta de lança sueco empatou aos 45 minutos, no fecho do primeiro tempo, tranquilizou o Sporting com o 3-1 aos 68 minutos e ainda foi a tempo de rubricar um hattrick, na conversão de uma grande penalidade (78'). Rúben Amorim deixou-o em campo até ao último segundo e houve também espaço para a assistência para o golo de Nuno Santos (88').
Surpresa
Passar de suplente utilizado para titular (desta vez apenas numa sequência de dois jogos) nem sempre é fácil, mas Paulinho parece estar preparado para tudo. O experiente avançado português deu o mote para a reviravolta com uma assistência perspicaz para Gyokeres à beira do intervalo, tendo ainda contribuído com um bis na segunda parte - o primeiro golo assinalou a 'cambalhota' e o último fechou a goleada leonina. Mais uma exibição que motivou os adeptos a gritar "Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem".
Desilusão
Chidozie Awaziem já valeu muitos pontos à formação do Boavista, mas o mesmo não se pode dizer tendo em que conta a insegurança defensiva que pautou a sua exibição em Alvalade. A linha defensiva dos axadrezados 'desmoronou' logo após o empate e o ex-FC Porto foi acumulando erros nas abordagens às investidas dos adversários e até na incapacidade de ganhar alguns duelos aéreos, demonstrando muitas dificuldades para afastar o perigo da grande área da sua equipa.
Treinadores
Rúben Amorim promoveu uma mão cheia de alterações, com alguns ajustes táticos em função do jogo diante da Atalanta, tendo feito questão de valorizar o apoio dos adeptos que se fez sentir em Alvalade, após o tento madrugador do Boavista, algo que ajudou a equipa a reagir. Já depois de chegar ao empate à beira do intervalo, o Sporting entrou com (muito) mais eficácia no segundo tempo (com a entrada de Daniel Bragança), levando Rúben Amorim a gerir de forma inteligente o esforço da equipa.
Ricardo Paiva fez apenas três substituições em relação ao último onze apresentado e, de certa forma, terá surpreendido Rúben Amorim com o golo madrugador de Makouta, sobretudo pela maneira como chegou à vantagem logo no arranque da partida. O Boavista sofreria o empate e, em tempo de descanso, o técnico teve condições para reajustar as ideias perante o 'sufoco' do adversário, mas não teve armas para parar as investidas do Sporting no segundo tempo... acabando em goleada.
Árbitro
António Nobre protagonizou uma arbitragem segura, sem influência no resultado. O árbitro de 35 anos foi chamado pelo videoárbitro para ver as imagens de um lance na grande área dos axadrezados, acabando por recorrer ao sistema de áudio do estádio para comunicar a decisão de penálti (o hattrick de Gyokeres aos 58 minutos). De resto, António Nobre mostrou coerência praticamente sempre que assinalou faltas e mostrou cartões.
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