O dirigente sustentou que a candidatura empreendida por Portugal com Espanha e Marrocos, apesar de ser a única, necessita ainda de "avaliação positiva" por parte da FIFA e que a decisão deverá ser anunciada em 10 ou 11 de dezembro de 2024.
Fernando Gomes, que falava durante a conferência 'Campeonato do Mundo de futebol de 2030: anatomia de uma candidatura', realizada pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, reiterou que a final da competição não pode ser disputada em Portugal dada a exigência de estádios com uma capacidade superior a 80 mil espetadores, mas que está previsto acolher uma das meias-finais.
"Portugal terá uma meia-final em conjunto com o país que não receber a final", afirmou Fernando Gomes, adiantando que a FIFA exige que o recinto tenha no mínimo 60 mil lugares.
Entre os três estádios que acolherão a prova (Estádio da Luz e Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e Estádio do Dragão, no Porto), apenas o recinto do Benfica ultrapassa essa capacidade.
Quando faltam seis anos para a realização do evento, Fernando Gomes adianta que ainda é cedo para se falar em atribuição de jogos e lembra que para o Mundial de 2026 (organização conjunta entre Canadá, México e Estados Unidos da América) estes foram atribuídos recentemente.
No que toca a investimento, Fernando Gomes assinalou que "Portugal tem três estádios modernos e que já receberam melhoramentos em função da realização das finais da 'Champions' que acolheram em 2014, 2020 e 2021", pelo que se subentende que no campo desportivo este não será avultado.
Sendo certo, contudo, que terá tanto o Estado português como as câmara de Lisboa e Porto terão de se empenhar nesse sentido, até porque um dos pilares da candidatura é a sustentabilidade ambiental.
"Está a ser feito um trabalho com uma consultora externa nos três países para que este Mundial seja um exemplo do ponto de vista a sustentabilidade. Existe uma linha de ferrovia muito grande em Espanha. Marrocos tem já TGV. Neste momento ainda existem dúvidas que a linha de alta velocidade [ferroviária] entre Porto e Lisboa esteja concluída até lá. Mas esta e outras áreas estão a ser trabalhadas", disse.
No mesmo plano, Fernando Gomes adiantou que existem vários acordos que têm de ser assinados, nomeadamente para infraestruturas de saúde, de segurança, de mobilidade e para a atribuição de vistos para os voluntários.
"É um trabalho muito intenso. São contratos para os três países. Cada país tem de assumir a sua responsabilidade", atestou.
Esta candidatura começou a ser falada no Mundial de 2018, quando, no relvado do Fisht Olympic Stadium, em Sochi, Portugal e Espanha ombreavam até ao 3-3 final.
"Começou em 2018 aquando do Mundial, na Rússia, no jogo Portugal--Espanha. Nesse jogo, sentado ao lado de Luís Rubiales (então presidente da Real Federação Espanhola de Futebol) e pensaram na possibilidade de o fazer em organização conjunta. Luis Rubiales achou interessante alargar a candidatura de Marrocos, que fazia parte do mesmo grupo", relembrou, recordando que, inicialmente, a ideia passava pela organização conjunta de Espanha, Portugal e Ucrânia, mas, posteriormente, Marrocos entrou na candidatura pela proximidade.
Por coincidência os três países disputaram o grupo B do Mundial de 2018, que acabou liderado pela Espanha, seguido por Portugal e no último lugar Marrocos. A facilidade de ligação entre todos acabou por ser determinante uma vez que as capitais (Madrid, Lisboa e Rabat) distam entre si cerca de uma hora de avião.
Portugal, Espanha e Marrocos vão organizar o Campeonato do Mundo de 2030, anunciou a FIFA em outubro do ano passado.
Argentina, Paraguai e Uruguai também irão acolher três partidas do Mundial2030, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.
[Notícia atualizada às 21h58]
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