O técnico, que já havia orientado o conjunto do Bessa entre 2017 e 2019, não escondeu o ânimo com que decidiu acolher o desafio de assumir o clube a cinco jornadas do final do campeonato, numa altura em que está apenas dois pontos acima da vaga de acesso ao play-off de manutenção.
"Estou aqui, em primeiro lugar, porque me convidaram. E, depois, porque sou louco. Louco pelo futebol. Renasceu-me o entusiasmo por esta vida e o apelo do Boavista foi excitante para mim. Eu não queria saber quantos jogos faltavam", explicou, na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Estrela.
Após desvincular-se do 'secundário' Académico de Viseu, que, segundo o próprio, lhe devolveu a alegria pelo futebol, Jorge Simão procura agora transmitir o seu estado de espírito renovado aos jogadores, admitindo que teve de priorizar unicamente "duas ou três ideias de jogo" no pouco tempo de treino disponível.
"Aquilo que eu trago, neste momento, não é uma varinha mágica para fazer truques de magia. É uma mala carregada de entusiasmo. Eu não sei se o entusiasmo vai ser suficiente para ganhar jogos. Provavelmente não. Há outras coisas que vão ser necessárias e é isso que diariamente vamos trabalhar com os jogadores", garantiu.
Ainda assim, considera que tem no plantel a qualidade necessária para cumprir com o objetivo da permanência no principal escalão e acredita que a recente crise de resultados está sobretudo relacionada com o foro mental.
"Ninguém faz aquele arranque de campeonato como o Boavista fez se não tiver qualidade nos jogadores. Ninguém faz aquele arranque de quatro vitórias em cinco jogos, uma delas contra o Benfica. Acho que é preciso entusiasmo, sentir outra vez a energia do universo boavisteiro. Por isso, é importante termos amanhã [sábado] uma boa casa", apelou.
Quanto ao oponente de sábado, um concorrente direto na luta pela manutenção - os 'tricolores' têm 28 pontos, face aos 29 do Boavista -, o treinador espera um jogo muito disputado, perante a necessidade das duas formações em pontuar.
"O Estrela da Amadora é outra equipa que está numa situação difícil, tal como nós. A parte emocional, obviamente, vai ser importante neste jogo, porque já há pouca margem para o fim. Vai ser uma grande luta, não tenho dúvidas", garantiu.
Júlio Dabó, César e Luís Henrique recuperam das respetivas lesões e deverão ficar fora das opções de Jorge Simão, acrescendo-se a ausência de 'peso' de Sebástian Pérez, suspenso por expulsão na última jornada, diante do Arouca.
O Boavista, 12.º classificado da I Liga, com 29 pontos, recebe no Estádio do Bessa o Estrela da Amadora, 15.º, com 28, a partir das 18:00 de sábado, com arbitragem de João Pinheiro, da Associação de Futebol de Braga.