O Estoril terá tomado a decisão de avançar para a impugnação do jogo em Chaves (2-2), querendo formalizar a mesma já nos próximos dias, adianta a imprensa desportiva esta segunda-feira.
Os responsáveis da equipa canarinha entendem que foram prejudicados pelas expulsões de Marcelo Carné e Pedro Álvaro, na sequência da invasão de campo por parte de alguns adeptos do Chaves, e sentem que não existiam condições de segurança para que o jogo fosse retomado, ao contrário da decisão tomada pelo árbitro Nuno Almeida.
Caso a impugnação desejada pelo Estoril seja consumada, esta poderá ter um impacto direto nas contas da permanência do campeonato, com a Liga a ter mais um caso 'bicudo' em mãos.
Caos no relvado
Durante largos minutos viveu-se um cenário de autêntico caos no relvado do Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira. Numa altura em que a partida já estava em período de descontos, alguns adeptos flavienses invadiram o campo, um dos quais para tirar satisfações com o guarda-redes Marcelo Carné.
O guarda-redes reagiu e foi socorrido pelos companheiros de equipa. Nesta altura, mais adeptos entraram no relvado e a polícia perdeu o controlo à situação, registando-se uma troca de agressões, com o defesa Pedro Álvaro, do Estoril, a pontapear, de forma violenta, um adepto do Chaves, que caiu de imediato no relvado.
Nuno Almeida esperou que a polícia conseguisse colocar um ponto final na confusão antes de decidir expulsar Pedro Álvaro e Carné, com este último a ficar visivelmente revoltado com a decisão e a ter de ser 'arrastado' para fora do relvado pelo colega Mangala e por mais dois responsáveis do Estoril.
Sem poder fazer mais substituições, Vasco Seabra foi obrigado a colocar o avançado João Carlos na baliza e o Chaves acabaria mesmo por empatar a partida já em cima do apito final por intermédio de Hélder Morim.
Chaves aponta o dedo a Carné
A direção do Chaves pronunciou-se após o sucedido em comunicado e apontou o dedo ao guarda-redes do Estoril, acusando-o de ter originado toda esta situação.
"Condenamos veementemente tudo o que se passou, que nasceu das sucessivas provocações que Marcelo Carné, guarda-redes do Estoril Praia, fez para os nossos adeptos presentes [na bancada] Topo Sul", vincaram os flavienses.
Estoril fala em vantagem dada ao Chaves
Por seu turno, presidente da SAD estorilista, Ignacio Beristain lamentou tudo aquilo que aconteceu no relvado e afirmou não aceitar a "vantagem" dada ao Desportivo de Chaves.
"Os nossos jogadores, ao defender-se da agressão, foram expulsos pelo árbitro. Todos os que estávamos aqui, vimos que não havia condições para [continuar] o jogo, já se tinha cumprido o tempo regulamentar, havia jogadores do Estoril Praia que foram agredidos no relvado, pelo que pedimos ao árbitro para suspender o jogo, mas, como viram, decidiu-se continuar num [contexto] em que não estava para se jogar futebol e, quem foi agredido, sofreu o prejuízo", afirmou o responsável canarinho.
Liga pede ação "implacável"
Também a Liga Portugal condenou, desde logo, os acontecimentos em Chaves, desafiando as autoridades a ser "implacáveis" com os prevaricadores.
"A Liga Portugal exorta também as autoridades competentes a serem implacáveis com quem, graças a atitudes inadmissíveis, perturbou o normal desenrolar do encontro em questão", podia ler-se no comunicado da instituição.
PSP deteve seis adeptos e identificou um jogador
Em comunicado, a PSP explicou que "pelas 17h26, altura em que o jogo de futebol ainda decorria, ocorreu uma situação de invasão da área do espetáculo desportivo, estando as três equipas ainda no relvado".
Foi então que a polícia entrou em ação e deteve os seis adeptos, com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos, por "suspeita da prática do crime de invasão da área do espetáculo desportivo".
Foi ainda identificado um jogador por "suspeita da prática de crime de ofensa à integridade física".
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