O Sporting conseguiu arrancar um empate frente ao FC Porto (2-2), no passado domingo, num Clássico em que, uma vez mais, Nuno Santos saltou da titularidade para o banco de suplentes, acabando por entrar na última meia hora do jogo, com direito a uma assistência para o primeiro golo de dois golos de Viktor Gyokeres. A tendência, ainda assim, confirmou-se: o lateral-esquerdo de 29 anos não aguenta mais do que 45 minutos frente a nenhum dos rivais na presente época.
Em seis jogos grandes desta temporada (dois contra o FC Porto e quatro diante do Benfica), Nuno Santos foi titular apenas por uma ocasião e, de resto, o hábito passa por saltar do banco ao longo das segundas partes, à exceção de um dérbi em que nem sequer somou minutos.
Nessa única vez em que entrou para o onze de Rúben Amorim, algo que aconteceu no empate (2-2) frente ao Benfica, no Estádio da Luz, a culminar na passagem à final da Taça de Portugal, a verdade é que o futebolista português apenas jogou até ao intervalo. Mas puxemos a fita atrás.
No primeiro dérbi da época, marcado pela épica reviravolta das águias (2-1) nos descontos, Nuno Santos entrou aos 73 minutos para o lugar de Matheus Reis. De seguida, no triunfo frente ao FC Porto na I Liga (2-0), o defesa foi a jogo aos 61 minutos, face à saída de Eduardo Quaresma, num Clássico que antecedeu o dérbi para a Taça de Portugal frente ao Benfica (2-1) em que só foi opção aos 86 minutos, para a vaga de Geny Catamo.
No passado mês de abril, Nuno Santos foi então titular na Luz (2-2), quatro dias antes do triunfo (2-1) diante do Benfica, nas contas da liderança do campeonato, em que nem sequer jogou. Já no passado domingo, o lateral-esquerdo saltou do banco aos 60 minutos e mostrou-se a Rúben Amorim com uma assistência aos 87 minutos, iniciando a recuperação épica dos leões, com dois golos em cerca de um minuto a aproximarem a equipa do 20.º campeonato nacional.
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'O resto é paisagem'?
As nuances táticas, segundo Rúben Amorim, conduziram a que Nuno Santos fizesse parte da lista de suplentes em cinco dos seis jogos de alto calibre frente a Benfica e FC Porto nesta época, acabando até por dar o exemplo do posicionamento de Paulinho em campo na hora de justificar a ausência do atleta de 29 anos no onze que escolheu para o Clássico.
"Ele percebe pelas dinâmicas que nós fazemos. Principalmente quando há um lateral daquele lado, que joga mais baixo, como o Geny [Catamo], isso para ele já não é muito natural. Acho que ele percebe isso. Como todos os jogadores... O Paulinho, hoje, jogou um bocado na esquerda e tinha de defender como ala. Não é algo natural para ele. Uma ou outra vez vai acontecer. É muito por aí. Os jogadores sabem que os conheço bem", começou por dizer em conferência de imprensa.
"A meio desta época, perguntaram-me se eu ia deixar descansar o Nuno Santos porque ele vinha de uma sequência de jogos muito grande. Está relacionado com o momento deles e com aquilo que nós procuramos para o jogo. Eu não quero meter um jogador numa posição completamente desconfortável num jogo, achei que o era para ele. Estar muito baixo [no terreno] e ter depois de atacar como um extremo. Não há grande explicação. Os jogadores percebem", acrescentou de seguida.
A verdade é que, esta temporada, Nuno Santos participou em 46 jogos e foi titular em 33, o que demonstra, desde logo, uma preferência de Rúben Amorim em colocá-lo nos jogos desde início, embora a história nos duelos grandes seja outra. Com o registo de seis golos e 13 assistências, esta já é uma das épocas com melhores números ao serviço do Sporting.
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