José Mourinho em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, em Vila do Conde, à margem de uma homenagem ao pai feita pelo Rio Ave.
Memórias de Vila do Conde: "Vivi cá um ano, com os meus 18 anos, antes de entrar em Lisboa, na faculdade. Foi ótimo para mim."
Inspiração do pai: "Foi sempre difícil para mim carregar o peso de ser filho de quem era, principalmente a dimensão humana. É difícil para mim ser filho de um homem roçava a perfeição. É isso que carrego com orgulho."
Sentiu-se obrigado a seguir a mesma carreira: "As coisas foram acontecendo. Nunca fui atrás de nada como uma obsessão. A sensação que tenho e a certeza, e ainda hoje falando com a minha mãe, o mesmo orgulho que sentia por ele, ele sentia por mim."
Projetos futuros: "O que acontecer, vai acontecer. Sei que o peso da minha história é pesado. Sei que mesmo quando treino equipas não talhadas para ganhar, as pessoas esperam que ganhe sempre. Nos últimos dois anos joguei duas finais europeias. Quero jogar mais."
Saudades: "Vou treinar porque quero. É uma parte fundamental da minha vida. Sem treinar não há felicidade. Onde? Qualquer clube que tenha um bom centro de treino (risos)".
Mensagem para Pinto da Costa e para AVB: "Estou na história do FC Porto com treinador, não como associado. Mantive-me afastado do processo eleitoral e continuarei fora da atualidade do clube. Claro que é um clube importante na minha história. Dizer alguma palavra ao senhor presidente Pinto da Costa, quem sou eu para dizer algo mais do que aquilo que a história diz? Ao novo presidente, Villas-Boas, com quem vivi perto cinco ou seis anos da minha carreira, obviamente que não posso desejar nada de negativo."
AVB como dirigente: "Ele é que trabalhou comigo (risos)... Estamos a falar de 15 anos em que não trabalhamos juntos. As pessoas mudam tanto, para melhor ou para pior. Ele teve uma experiência no futebol e obviamente que se preparou para este desafio da sua vida. Seguramente preparou-se bem. Se se candidatou, é porque sente capacidade para isso. O mais importante é o que ele pensa de si próprio e não aquilo que os outros possam pensar próprio."
Benfica: "Não façam perguntas dessas. Não ando no futebol movido por esse tipo de sentimentos. E depois, não me façam perguntas sobre clubes que têm treinador. Mantive-me sempre à parte de qualquer comportamento não ético. Por perguntas como essas, vocês estragam-me muitas vezes o fim de semana. Em Londres eu vivo a dois minutos do estádio do Chelsea. Da minha casa ouvem-se os golos e as manifestações. No dia em que o estádio começou a cantar o meu nome, deixei de ir ao futebol. Ao do Chelsea não vou mais. Tenho de ir a outros estádios. Da minha casa ao estádio da Luz, são 20 ou 30 minutos. Tenho amigos com camarotes. Fui dois ou três jogos. Vocês começaram a fazer perguntas desse tipo já não vou. Rio Ave? É um bocadinho longe."
Amorim encaixa bem na Premier League: "Uma pergunta que não devia responder. O que posso dizer? Gosto dele como pessoa e como treinador. Tem condições para treinar em qualquer Liga e em qualquer clube. Está numa Liga boa e num grande clube. A decisão é dele e dos clubes que o queiram convencer com mais ou menos argumentos. O que fica claro, da minha parte, é que gosto da pessoa e do treinador."
Regresso a Portugal: "Tive a possibilidade de assumir a seleção. Uma possibilidade muito real. Agora estamos no Euro, com um treinador que tem feito um ótimo trabalho e uma grande geração de jogadores ótima. Quero que corra bem, que é ganhar. Ganhando, vai continuar e ir ao Mundial. Se tiver de acontecer um dia, irá acontecer. Não tive nenhum convite de nenhum clube português."
Favoritos ao Euro'2024: "Para mim é uma das três equipas mais fortes. Portugal, França e Inglaterra. Podem acontecer surpresas, sim. Mas olhando para a qualidade e quantidade de jogadores, acho que Portugal tem de ir para ganhar."
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