A saída de Rafa Silva do Benfica já é um dado adquirido. O treinador Roger Schmidt confirmou aquilo que vinha a ser noticiado pela imprensa há meses, antes do jogo com o Arouca. Durante a partida, o atleta foi homenageado pelos adeptos, ao minuto 27 do encontro.
Depois, marcou dois golos na despedida à Luz, os dois de belo efeito. E ainda igualou Pizzi e Simão Sabrosa no número de golos marcados pelo Benfica (94). No final do jogo, teve ainda um momento em que pareceu confrontar a claque dos No Name.
Em janeiro, José Manuel Capristano, antigo dirigente do Benfica, dava como certa a saída do jogador no final da época, em entrevista ao Desporto ao Minuto. Agora, depois da confirmação, Capristano sublinha novamente a postura do jogador de 30 anos na saída.
"Ainda ontem [domingo] provou o seu benfiquismo, mas a verdade é que, embora ele ganhe muito dinheiro no Benfica, neste mundo em que vivemos é o 'vil metal' que manda em tudo. Ele ganha o que ganha, mas pode ganhar quatro ou cinco vezes mais. Já demonstrou o grande jogador que foi, respeitou o contrato porque podia ter saído há um ano ou dois. O Benfica tem de homenageá-lo, deixa belíssimas recordações ao Benfica. Tenho dele uma memória de um jogador de exceção. Vai fazer muita falta ao Benfica. Nos três ou quatro anos que jogar nas Arábias ganhará mais do que nos oito anos de Benfica. Não tenho nada contra ele, pelo contrário, acho que foi um jogador que dignificou o Benfica. Podia abandalhar-se, mas a verdade é que o Rafa tem tido um comportamento exemplar", começou por dizer, em entrevista ao Desporto ao Minuto.
Homenagem a Rafa Silva partiu dos adeptos e dos colegas
Quanto ao jogo de despedida, este não teve uma homenagem 'formal' por parte do Benfica, mas sim dos adeptos, que o aplaudiram ao minuto 27, e dos colegas, que o abraçaram na saída de campo, aos 85 minutos. José Manuel Capristano afirma que isso é o mais importante.
"Para já, não acabou a época. A homenagem foi feita pelo povo benfiquista. São esses que homenagearam o Rafa. Foi muito bonita, muito agradável, os jogadores foram todos cumprimentá-lo. Para a semana ainda há Rio Ave-Benfica. Mas a verdade é que o binómio Rafa-Benfica está concluído. Ele já mais esquecer-se-á do que viveu no clube. Quem passa pelo Benfica, nunca mais esquece", garante o ex-dirigente do clube.
O antigo braço-direito de Vale e Azevedo na direção do Benfica não sabe para onde vai Rafa Silva, mas tem uma aposta. "Dá-me sensação que seja a Arábia Saudita, deve ir ganhar mais de dez milhões líquidos. Estamos a falar de coisas sérias. Depois, o futebol é madrasto, porque quando já não ele já não conseguir dar um pontapé para a frente, toda a gente o esquece. O futebol é o momento. Foi exemplar enquanto jogador do Benfica, e foi exemplar na saída", sublinha Capristano.
Sem Rafa Silva, o Benfica perde um jogador fundamental dos últimos anos. Só nesta época, marcou 22 golos e deu outros 15 a colegas de equipa, na temporada mais produtiva a nível ofensivo ao serviço do Benfica. As características do vilafranquense serão difíceis de replicar.
"O Rafa tem particularidades muito difíceis de igualar. Para já, o pique, a velocidade de ponta. Agora, o Benfica tem o Kokçu. Gosta de jogar atrás do ponta-de-lança e ele próprio até o diz, à boca cheia, que é aí onde gosta de jogar. Quero dizer, com muita sensatez, que não há ninguém melhor do que o Rui Costa e a sua entourage para solucionar o problema. Confio nele em pleno para isso", termina José Manuel Capristano.
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