Primeiro, foi a festa no Marquês de Pombal, no passado dia 5 de maio. Uma semana depois, seguiram-se os festejos na Amoreira, no primeiro jogo como campeões nacionais. Desta vez, as celebrações aconteceram no regresso a Alvalade, este sábado, com o fecho da cortina da I Liga a ser coroado com um triunfo frente ao Desportivo de Chaves (3-0), impondo-se agora a questão: Haverá mais festa no Jamor?
O ambiente apoteótico nas imediações do estádio antecedeu a estreia do novo equipamento para a próxima temporada em pleno relvado, onde se assistiria também às despedidas de Luís Neto e Antonio Adán. Antes disso, os leões cumpriram na hora de atingir os 90 pontos e foram para o intervalo a vencer por dois golos.
Já depois de um penálti a favor do Sporting anulado com recurso ao videoárbitro, Viktor Gyokeres tratou de abrir o ativo precisamente na cobrança de uma grande penalidade (desta vez alertada pelo VAR), num momento em que Alvalade gritava o nome de Neto para assumir a responsabilidade, aos 23 minutos.
Pouco depois, o internacional sueco fez o que quis na grande área e ampliou a vantagem, sendo que o bis até chegou a ser um hattrick por breves instantes, à beira do intervalo (45+1'), num lance que acabaria por ser invalidado por falta no início da jogada. Curiosamente, dessa falta nasceu a expulsão de Junior Pius, aos 45+4', na sequência de uma cotovelada a Morten Hjulmand, inviabilizando a reação dos transmontanos - já 'condenados' à II Liga - na segunda parte.
O regresso dos balneários trouxe apenas mais um golo no encontro, apontado por Paulinho, num belo remate aos 55 minutos, que deixou Alvalade a cantar "Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem". Até ao apito final, um dos pontos altos da tarde foi mesmo a ovação a Luís Neto aquando da sua substituição, não esquecendo ainda a estreia de Francisco Silva, que rendeu o colega Diogo Pinto na baliza dos leões - tratando-se dos dois mais recentes nomes a aumentar a lista de campeões nacionais.
Os sportinguistas não arredaram pé e o tão desejado momento de erguer o troféu de 20.º campeão nacional chegaria já de noite. A I Liga terminou para os leões, mas a época não, dado que no próximo dia 26 de maio, o Estádio Nacional do Jamor acolherá o Clássico entre FC Porto e Sporting, na disputa da Taça de Portugal, com a dobradinha no horizonte para os pupilos de Rúben Amorim.
Vamos então às notas da partida.
Figura
Quem mais poderia ser? Viktor Gyokeres voltou a mostrar o motivo pelo qual é considerado um dos melhores jogadores a atuar na I Liga (naquela que até poderá ter sido a sua despedida de Alvalade), rubricando nova exibição de gala. O internacional sueco foi cirúrgico no ataque dos leões e, já depois de ter inaugurado o marcador numa grande penalidade (23'), bisou com um belo golo aos 37 minutos. Gyokeres ainda chegou ao hattrick antes do intervalo (45+1'), mas viu o seu lance ser invalidado com recurso ao VAR.
Surpresa
Gonçalo Pinto fez o que pôde para evitar que o 'carrossel' de golos do Sporting fosse bem maior. Moreno Teixeira decidiu promover a estreia do guarda-redes de 24 anos, já depois de ter visto o sonho da manutenção a ser inviabilizado, sendo que até se pode dizer que o estreante esteve à altura dos acontecimentos... e logo num ambiente ao qual não estava habituado. As três belas defesas que fez ao longo do encontro permitiram que a diferença no resultado não fosse crescendo.
Desilusão
Junior Pius já não estava a fazer uma exibição propriamente brilhante em Alvalade, mas o cenário piorou com a cotovelada dada a Morten Hjulmand, enquanto os jogadores se organizavam dentro da grande área num pontapé livre favorável aos flavienses (motivo pelo qual o hattrick de Gyokeres foi anulado). O vermelho direto mostrado ao defesa nigeriano, num lance que até era ofensivo, inviabilizou uma reação da sua equipa na segunda parte, de tal forma que a desvantagem até aumentou para três golos.
Treinadores
Rúben Amorim já tinha anunciado o onze que iria ser lançado para a última jornada do campeonato e a verdade é que... não mentiu. Como é habitual, os leões entraram em busca do golo e foram para o intervalo a vencer justamente por dois golos de diferença, ampliando a vantagem já no segundo tempo, com um aproveitamento da superioridade numérica. O jovem treinador foi criterioso nas substituições e ainda arranjou espaço para dar a Francisco Silva a oportunidade de se estrear na baliza dos leões.
Moreno Teixeira terá projetado o duelo em Alvalade como um teste às emoções de um plantel fragilizado pela 'condenação' à II Liga, já sem nada a fazer quanto a esse desfecho. A jogar pela honra, os flavienses ainda criaram perigo antes de sofrerem o primeiro golo, sendo que, mesmo em inferioridade numérica, também souberam como ameaçar a defesa dos campeões nacionais. A ineficácia, com todos os remates a saírem ao lado, acabou por ser o espelho de muitos momentos cruciais durante a época.
Árbitro
Manuel Oliveira não teve uma primeira parte nada fácil em Alvalade, uma vez que, os três lances capitais do encontro foram todos decididos com recurso ao videoárbitro (onde estava Rui Costa), desde logo a anulação de uma grande penalidade, a marcação de outra e ainda um golo invalidado devido a uma falta no início da jogada. A própria expulsão de Pius, desta vez sem a consulta de imagens no VAR, gerou contestação do lado dos forasteiros, seguindo-se um segundo tempo bem mais tranquilo.
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