Em painel de homenagem à vitória no Euro2016, no 18.º Congresso Internacional de Futebol, da Universidade da Maia, Fernando Santos exaltou o poderio da equipa lusa e confessou "fazer muita força para que haja repetição" do triunfo europeu ao leme de Roberto Martínez, de quem se diz "amigo pessoal".
"Eu sempre disse, como dizia também ontem (terça-feira) e bem o nosso selecionador, Roberto Martínez, de quem eu sou amigo pessoal, Portugal é um dos candidatos. Se esta equipa é melhor ou não do que a de 2016, já não falo. Mas Portugal tem sempre condições e já tinha antes de eu chegar. A única diferença é que agora pode repetir, dantes não podia, porque nunca tinha vencido. É diferente", reforçou, numa cerimónia que contou também com a presença de José Fonte e do ex-guardião Eduardo.
Ainda assim, o técnico, que rescindiu no passado mês com os turcos do Besiktas, fez questão de lembrar que outras formações têm ambições legítimas de vencer a prova, colocando assim alguma cautelo no entusiasmo português.
"Apostaria em Portugal, naturalmente. Até porque esse é meu desejo. Portugal tem boas condições para lá chegar, mas sempre teve, porque sempre teve grandes jogadores e grandes treinadores, mas, quando vais para uma competição destas, estão muitas outras equipas com grandes treinadores e grandes jogadores e que também querem ganhar, mas só vai ganhar um", acautelou.
Recordando a campanha de 2016, Fernando Santos foi convidado a escolher o momento que mais o marcou, com o antigo selecionador português a identificar o golo de Éder na final do Stade de France, frente à seleção anfitriã (1-0), sem qualquer hesitação.
"Eu estava a dizer ao Éder que precisava que ele ficasse na frente, a segurar a bola para a equipa poder subir, porque estava muito recuada e não conseguia sair. Estava a explicar-lhe e ele disse-me: 'Não se preocupe, que eu vou o marcar o golo'. E eu disse-lhe: 'Olha, então vai'. E ele chegou lá e marcou. O único que tinha sonhado mesmo era ele", contou sobre o avançado, no qual diz ter mantido sempre toda a confiança, independente da opinião dos adeptos que pudessem considerá-lo como o "patinho feio".
Por fim, explicou que a estratégia de comunicação utilizada depois do empate frente à Hungria (3-3), a constatação de que apenas voltaria para Portugal depois da final, revelou-se importante para restabelecer a confiança dos jogadores, que via ameaçada pelas críticas às exibições da fase de grupos.
Desde que cheguei à seleção, desde o primeiro estágio, estávamos ali para ser campeões da Europa. Eu sempre acreditei e foi muito importante. Fomos para o Europeu e a equipa estava convencida, acreditava que era possível. Até que começa a haver algum ruído de fora, esta questão de que a equipa só empata, e isso começa a ser percebido. Portanto, achei que era muito importante reafirmar que estávamos ali para ganhar. Muito para fora, mas principalmente para dentro do grupo", assumiu.
Na fase final do Euro2024, a disputar-se na Alemanha entre 14 de junho a 14 de julho, Portugal está inserido no Grupo F, no qual defrontará República Checa (em 18 de junho, em Leipzig), Turquia (22, em Dortmund) e Geórgia (26, em Gelsenkirchen).