Onde está a novidade? As notas do Borussia Dortmund-Real Madrid

Germânicos chegaram a mostrar que podiam 'levar o caneco', mas a lei do mais forte imperou na reta final e valeu a 15.ª Liga dos Campeões para os madrilenos.

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Miguel Simões
02/06/2024 07:54 ‧ 02/06/2024 por Miguel Simões

Desporto

Análise

O Real Madrid posiciona-se como um dos maiores e melhores clubes do mundo, sendo mesmo colocado por alguns no topo dos topos... 'de caras'. Não é à toa que, este sábado, o triunfo diante do Borussia Dortmund (2-0), na final disputada em Wembley, valeu a conquista da 15.ª Liga dos Campeões da sua história. 

Os germânicos deram a vida pela prova milionária e dominaram o primeiro tempo praticamente a seu bel-prazer, porém, no final, foi mais do mesmo. Ganharam os espanhóis, com uma segunda parte bem mais personalizada, mas vamos por partes.

Até ao intervalo, a única equipa que mostrou capacidade para chegar à baliza contrária foi a de Terzic, primeiro num grande falhanço de Adeyemi (já depois de, isolado, ultrapassar Courtois) e depois numa bola ao poste por parte de Fullkrug. Tudo isto em dois minutos 'diabólicos' a meio da primeira parte. 

Num jogo inevitavelmente marcado pelas despedidas de Toni Kroos e de Marco Reus, dois alemães que fizeram história ao serviço de Real Madrid e Borussia Dortmund, respetivamente, seria só mesmo com esses dois intervenientes dentro das quatro linhas que os golos apareceriam.

Com José Mourinho e Jurgen Klopp nas bancadas, Reus foi a jogo aos 72 minutos e, para sua infelicidade, viu precisamente Kroos a assistir Carvajal para inaugurar o marcador num cabeceamento certeiro (74'), seguindo-se o tento sentenciador de Vinícius Jr, a passe de Jude Bellingham (ex-Dortmund) à passagem do minuto 83.

É certo que o Borussia Dortmund - que ambicionava conquistar o troféu pela segunda vez - mostrou argumentos para 'levar o caneco' para casa, mas 'esbarrou' na falta de pontaria em momentos capitais do encontro e viu a lei do mais forte (e milionário) a imperar na reta final da derradeira partida, culminando na 15.ª Champions do Real Madrid - com mais do dobro de troféus por comparação ao segundo classificado desse 'ranking', o AC Milan, com sete.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Só podia ser assim. Na despedida do Real Madrid, Toni Kroos foi um dos principais destaques da final da Liga dos Campeões, com o importante contributo de uma assistência para o tento inaugural, numa altura em que se aproxima a passos largos da sua retirada, no Euro'2024, ao serviço da anfitriã Alemanha. A verdade é que o experiente médio de 34 anos rubricou vários passes açucarados e ajudou a 'desmontar' a solidez defensiva dos alemães, acabando por receber a ovação da noite ao ser substituído aos 86 minutos, já com o jogo 'resolvido'.

Surpresa

Há quase três meses sem marcar golos, Dani Carvajal não poderia ter pedido melhor encontro para quebrar esse 'jejum', numa exibição que até terá sido das mais consistentes da época. Seguro a defender e criterioso a atacar, o lateral-direito de 32 anos foi um herói improvável e, como tal, surpreendente, embora não esteja sequer em causa a sua qualidade noutros jogos em que não teve 'dedo'. A importância do golo foi evidente. A partir dali, o Real Madrid soube aproveitar a ansiedade do adversário para sentenciar as dúvidas.

Desilusão

Julian Ryerson já protagonizou grandes e assinaláveis exibições ao serviço do Borussia Dortmund, mas este jogo em Wembley esteve longe de ser um exemplo disso. Com vários passes falhados e pouca fluidez ofensiva, o defesa norueguês foi a unidade mais apagada da linha mais recuada do terreno, sendo que foi precisamente a partir daquele corredor que nasceram as investidas mais clamorosas do Real Madrid. Ainda assim, manteve-se em campo durante os 90 minutos, algo que condicionou a profundidade ofensiva da sua equipa.

Treinadores

Edin Terzic não entrou na lógica dos milhões e procurou, desde bem cedo, jogar 'olhos nos olhos' do poderoso Real Madrid. Não só o conseguiu com êxito durante a globalidade da partida, como ainda viu a sua equipa ser amplamente superior no primeiro tempo, não permitindo qualquer oportunidade ao adversário. As substituições foram estratégicas para dar frescura aos setor intermédio e recuado, mas curiosamente a equipa sofreu o primeiro golo dois minutos após a primeira mexida, repetindo-se a dose na dupla alteração que se seguiu,

Carlo Ancelotti manteve as principais armas em campo para o derradeiro jogo da prova milionária, mas terá puxado da voz ao intervalo face ao primeiro tempo pobre da sua equipa. O experiente treinador italiano - que ampliou o recorde a nível de conquistas da Liga dos Campeões, sendo que já vai com cinco - nem precisou de alterar peças para transformar o xadrez a seu favor. Aliás, o Real Madrid chegou aos dois golos aos 74 e 83 minutos e Ancelotti apenas fez substituições depois disso - tudo isto, imagine-se, no último jogo da temporada.

Árbitro

Slavko Vincic não precisou de rever imagens de lances junto do videoárbitro, numa partida em que o principal erro terá estado num lance no primeiro tempo, com possíveis falta de Mendy sobre Adeyemi na grande área do Real Madrid. O árbitro esloveno está habituado aos grandes jogos da Liga dos Campeões e, no global, protagonizou uma abitragem positiva.

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