A equipa das 'quinas', na segunda fase final da sua história, após o Mundial de 1966, começou a perder, mas, com um 'bis' de Jordão, servido por Chalana, forçou o tempo extra, aos 74 minutos, e selou a reviravolta, já aos 98.
O impensável parecia agora possível, mas o improvável Jean-François Domergue, que já havia inaugurado o marcador (25 minutos, de livre direto), 'bisou', aos 115, e, aos 119, Michel Platini sentenciou o jogo, com o seu oitavo golo na prova.
Apesar da frustração, por ter estado a pouco mais de cinco minutos da final, Portugal superou as expectativas, depois de ter penado na qualificação, face à União Soviética, e ter superado 'in-extremis' a fase de grupos, com um 1-0 tardio à Roménia, após empates com RFA (0-0) e Espanha (1-1).
Mérito total para uma geração de 'craques', como Chalana, Jordão, Carlos Manuel, Bento, Diamantino, Gomes, Sousa, Jaime Pacheco ou Eurico, mais uma equipa técnica, liderada pelo malogrado Fernando Cabrita, que logrou 'controlar os danos' da 'guerra' entre os jogadores de FC Porto e Benfica.
A primeira aventura numa fase final, para uma elite de oito -- não para 'quase todos', como agora -, arrancou em 14 de junho, em Estrasburgo, onde Portugal começou muito bem, empatando a zero com a detentora do título RFA, de Harald Schumacher, Andreas Brehme, Rudi Völler ou Karl-Heinz Rummenigge.
No segundo jogo, três dias depois, em Marselha, Portugal somou novo empate, desta vez a um golo, face Espanha, com Sousa a dar vantagem ao conjunto das 'quinas', aos 52 minutos, e Santillana a restabelecer a igualdade, aos 73.
O apuramento - direto para as meias-finais (dois grupos de quatro seleções) - foi assegurado ao terceiro jogo, em Nantes, e apenas aos 81 minutos, quando o suplente Nené marcou o tento com que Portugal bateu a Roménia (1-0).
No que respeita à fase de qualificação, Portugal começou com dois triunfos consecutivos (2-0 na Finlândia e 2-1 à Polónia), mas foi dizimado ao terceiro encontro, em Moscovo, ao ser goleado por 5-0 pela União Soviética.
O brasileiro Otto Glória foi, então, substituído por Fernando Cabrita, que se estreou com uma goleada à Finlândia (5-0) e logrou, depois, uma vitória determinante na Polónia (1-0), graças a um tento de Carlos Manuel.
O apuramento só se decidiu no último jogo, em 13 de novembro de 1983, em Lisboa, num lotado Estádio da Luz, com 120.000 'almas' à chuva.
Num relvado massacrado pelo mau tempo, Chalana 'cavou' uma grande penalidade, que Jordão converteu, aos 41 minutos, perante o 'distinto' Dassaev, selando a segunda fase final de Portugal, depois do 'longínquo' Mundial de 1966.
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