No dia 11 de julho, em Saint-Denis, aos 109 minutos da final, o avançado nascido em 22 de dezembro de 1987, em Bissau, encheu-se de fé e, fora da área, disparou de pé direito, fazendo a bola entrar junto do poste direito de Hugo Lloris.
Esse pontapé de Ederzito António Macedo Lopes, última aposta de Fernando Santos, aos 79 minutos, 'vingou' inúmeras frustrações, o 'quase', o 'se', tantas vezes ouvidos, dos Mundiais de 1966 e 2006 aos Europeu de 1984, 2000, 2004 ou 2012.
"Pouco importa se jogamos bem ou mal, queremos é levar a Taça para o nosso Portugal", rezava a letra da música que acompanhou a campanha lusa e não podia ser mais apropriada, já que, exibicionalmente, Portugal deixou quase tudo a desejar e nem teve o melhor Ronaldo, mas esteve sempre acompanhado da 'estrelinha'.
Para começar, Portugal foi parar a um Grupo F, que parecia uma formalidade, perante Islândia, Áustria e Hungria, mas a verdade é que a formação das 'quinas' não conseguiu uma única vitória, seguindo em frente com três empates e como terceira classificada.
O primeiro embate foi com a Islândia e acabou com um empate a um golo, com Nani a adiantar Portugal, que não soube segurar a vantagem, seguindo-se um ainda menos convincente 'nulo' perante a Áustria, num jogo em que Ronaldo falhou um penálti.
Com duas igualdades, a seleção lusa foi para a terceira jornada em perigo de 'cair' e, face à Hungria, que acabou por conquistar o agrupamento, esteve a perder por 1-0, 2-1 e 3-2, salvando-se com um golo de Nani e dois de Cristiano Ronaldo.
Quando acabou o seu jogo, Portugal estava 'condenado' à 'chave da morte', começando logo com um embate nos 'oitavos' face à Inglaterra, mas um golo que os islandeses nem precisavam, face à Áustria, aos 90+4 minutos, valeu a queda para o terceiro lugar do Grupo F e desviou a equipa lusa para o melhor caminho.
Os 'oitavos' foram com a Croácia (1-0) e o jogo só ficou resolvido aos 117 minutos, com um tento de Ricardo Quaresma, para, nos 'quartos', face à Polónia, tudo se decidir nos penáltis (5-3, após 1-1 nos 120 minutos), depois de o 'menino' Renato Sanches 'anular' o tento madrugador de Robert Lewandowski.
As meias-finais trouxeram o País de Gales, em estreia numa fase tão avançada, e, finalmente, ao sexto jogo, Portugal logrou uma vitória nos 90 minutos, por 2-0, com tentos de 'rajada' de Cristiano Ronaldo (50 minutos) e Nani (53).
O mais difícil ainda estava por fazer, na final, com a anfitriã França, e as coisas, aparentemente, complicaram-se bem cedo, com a lesão sofrida por Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído, após carga dura de Dimitri Payet.
Portugal foi-se, porém, aguentando, mesmo sem se livrar de alguns grandes sustos, e, já no prolongamento, aos 109 minutos, Éder, que, se calhar, nunca teria entrado com Ronaldo em campo, acabou por dar o título à seleção lusa, que, assim, 'vingou' os desaires das 'meias' de 1984, 2000 e 2006.
O autor do golo mais importante da história do futebol português foi, curiosamente, alguém sem qualquer ligação aos 'grandes', que jogou no Tourizense, Académica, Sporting de Braga, Swansea, Lille e Lokomotiv Moscovo.
Para chegar a França, Portugal venceu o Grupo I, com sete vitórias, sob o comando de Fernando Santos, depois de uma estreia a perder com Paulo Bento, na receção à modesta Albânia, vencedora por 1-0 em Aveiro, em 07 de setembro de 2014.
A formação das 'quinas' terminou o agrupamento com 21 pontos, contra 14 da Albânia, 12 da Dinamarca, quatro da Sérvia e dois da Arménia.
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