Foi sofrer a bom sofrer. Portugal teve de fazer pela vida para garantir, na noite de terça-feira, uma merecida vitória na estreia no Euro'2024, diante da Chéquia (2-1). A seleção nacional até esteve a perder, mas apresentou a tranquilidade necessária para conseguir dar a volta ao texto em Leipzig.
Depois de uma primeira parte que pareceu um autêntico jogo de paciência para os portugueses, perante os 10 jogadores checos remetidos ao meio-campo defensivo, o segundo tempo trouxe os golos que faltavam e muito sofrimento para os comandados de Roberto Martínez.
Os checos marcaram no primeiro lance verdadeiramente perigoso que criaram, ainda que se trate de um grande remate de Lukas Provod aos 62 minutos, mas nada tinham feito até então para merecer estar na dianteira do marcador.
A seleção nacional não entrou em pânico e soube ir atrás do prejuízo, conseguindo recuperar o empate sete minutos depois, graças ao autogolo de Hranac, antes de Francisco Conceição entrar e resolver a partida com um golo em cima do apito final.
Vamos aos protagonistas da noite (sofrida) em Leipzig.
A figura
Francisco Conceição precisou de apenas dois minutos para resolver um jogo que se estava a revelar um autêntico quebra-cabeças. Martínez até demorou a lançar o jogador que apelidou de "espalha-brasas", mas a cartada foi, ainda assim, certeira, valendo a vitória. Chico foi, desta forma, promovido a herói nacional.
A surpresa
Vitinha continua a mostrar ser um médio com qualidades ímpares e quase sem igual no atual panorama mundial. Ao lado de Bruno Fernandes, o baixinho médio português teve sempre critério com a bola nos pés e ainda esteve perto do golo por um par de ocasiões. No final recebeu o prémio de MVP da UEFA. Dificilmente sairá deste onze.
A desilusão
Rafael Leão foi dos jogadores mais ativos na primeira parte, mas quase sempre errou na hora do último passe. Tem qualidades para atormentar qualquer defesa que lhe apareça à frente, mas ontem parece ter ficado condicionado com a linha defensiva demasiada baixa e recheada de checos. Foi, sem surpresas, um dos primeiros sacrificados de Martínez.
Os selecionadores
Roberto Martínez
O selecionador nacional apostou numa linha de três centrais para dar maior liberdade a Diogo Dalot e João Cancelo, mas o muro checo que a seleção encontrou em Leipzig obrigava a outro tipo de leitura, especialmente na segunda parte. Na segunda só mexeu depois de ficar em desvantagem, sendo que apenas aos 90' arriscou tudo em busca da vitória, acabando por ser feliz. Bem se pode dizer que Martínez teve uma ponta de sorte.
Ivan Hasek
O selecionador checo havia prometido uma equipa de olho na vitória, mas os primeiros 45 minutos mostraram uma equipa em busca de um empate com o objetivo claro de adiar ao máximo o primeiro golo de Portugal. Só na segunda parte a Chéquia deu sinais de vida no ataque e conseguiu desfazer o nulo através de um grande golo. Depois disso até ameaçou um segundo tento, mas acabou derrotada.
O árbitro
O italiano Marco Guida deixou o jogo fluir sem interrupções desnecessárias e quase sempre decidiu bem. Na primeira parte, mostrou, ainda, um cartão amarelo a Rafael Leão por entender que o avançado luso tentou simular uma grande penalidade. Uma decisão algo exagerada.
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