"Isto é um desafio enorme para um treinador, porque estamos a falar de uma quantidade considerável de atletas que são trocados. Felizmente, estes jovens têm qualidade, mas, para depois jogarem em equipa, dois treinos é muito pouco. De qualquer maneira, desde que cá estamos, focamos sempre nas soluções e não nos problemas", admitiu o técnico, em declarações citadas nos meios oficiais da Federação de Andebol de Portugal (FAP).
Os 19 convocados trabalharam no Pavilhão Municipal Susana Barroso, na Pontinha, em Odivelas, onde Portugal enfrentará a Polónia no domingo, já depois de visitar os polacos em Gdansk, nas terceira e quarta jornadas do Grupo 8 de qualificação para o Euro2026.
Em busca da nona presença, e quarta consecutiva em Campeonatos da Europa, objetivo destinado para os dois primeiros colocados das oito 'poules' de apuramento e os quatro melhores terceiros, os lusos lideram com quatro pontos, em duas partidas, contra três da Polónia, segunda classificada, um de Israel, terceiro, e zero da Roménia, quarta e última.
"Trabalhámos a defesa, com alguns movimentos hipotéticos que a Polónia poderá fazer, porque o treinador é outro. Eles estão em vantagem, pois, ao jogarem em casa, têm três dias para preparar e mais tempo útil de trabalho. Depois, trabalhámos o ataque, porque sabemos que, em certos pontos da defesa deles, podemos ter algum sucesso", projetou.
Paulo Jorge Pereira orientou o primeiro treino desde o histórico quarto lugar no Mundial, estando desfalcado dos lesionados Francisco Costa, melhor jogador jovem dessa prova, Victor Iturriza, melhor pivô, Fábio Magalhães, Salvador Salvador e Alexandre Cavalcanti.
Os laterais Gabriel Cavalcanti, Gilberto Duarte e Joaquim Nazaré e os pivôs Fábio Silva e Daymaro Salina são as novidades na convocatória, bem como o central Miguel Martins, após ser ilibado num controlo antidoping positivo, que o afastou do Mundial na véspera.
"Temos jovens com qualidade, que nos poderão ajudar a ficar mais perto da qualificação, mesmo com todas as contrariedades e frente à Polónia, que é, teoricamente, a segunda seleção mais forte do grupo. Nós somos a primeira e vamos sempre com a ambição de sermos competitivos e podermos vencer este jogo na Polónia, sabendo que vai ser muito difícil", notou o selecionador, ciente de que dois triunfos garantem uma vaga no Europeu.
Adicionado à convocatória no domingo, um ano depois da derradeira internacionalização, Gilberto Duarte mostrou vontade de "ajudar ao máximo", sem depositar pressão sobre si.
"É sempre bom estar aqui, poder ajudar e pertencer a este grupo incrível. Estar presente nesta evolução que está a acontecer no andebol português e na seleção é um orgulho", analisou o lateral-esquerdo dos gregos do AEK, de 34 anos e com 314 golos pelos lusos.
Na mesma posição compete Gabriel Cavalcanti, de 20 anos, que lamentou a ausência do seu irmão mais velho Alexandre, com quem deseja dividir balneário na seleção principal.
"Defrontámos esta pré-temporada o Melsungen e tive a oportunidade de jogar contra ele pela primeira vez, mas o que eu quero mesmo é jogar ao lado dele na seleção nacional", afiançou o atleta do Benfica, de 20 anos, vice-campeão continental de sub-20 em 2022.
Portugal viaja na terça-feira rumo a Gdansk, onde encarará a Polónia na quinta-feira, às 18:30 locais (17:30 em Lisboa), em duelo da terceira jornada do Grupo 8 de qualificação.
A 17.ª edição do Europeu de andebol vai realizar-se entre 15 de janeiro e 01 de fevereiro de 2026, numa organização conjunta entre Suécia, Dinamarca e Noruega, com os três anfitriões e a campeã continental em título França já integrados no lote dos 24 finalistas.
Leia Também: FC Porto deixa-se apanhar no pódio e vê Sporting e Benfica a fugir