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"Portugal? Se tivermos espírito de sacrifício, seremos fortes candidatos"

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Paulo Alves falou sobre o que foi a sua experiência na Arábia Saudita e o impacto que Cristiano Ronaldo teve no futebol saudita. Perspetiva ainda as hipóteses da seleção nacional no Euro'2024 e dá novidades quanto ao seu futuro.

"Portugal? Se tivermos espírito de sacrifício, seremos fortes candidatos"
Notícias ao Minuto

08:00 - 03/07/24 por Rodrigo Querido

Desporto Exclusivo

Paulo Alves conta com uma carreira de mais de 40 anos ligado ao futebol, entre jogador e depois como treinador. Nascido em Vila Real há 54 anos, o técnico traz consigo uma larga experiência no futebol nacional e também com experiências no estrangeiro.

Com 304 jogos na II Liga e outros 74 na I Liga na qualidade de treinador principal, Paulo Alves passou por Inglaterra (West Ham) e França (Bastia) enquanto jogador, antes de passagens pelo Irão (Nassaji Mazandaran), Arábia Saudita (Ohod Club) e Espanha (Lugo) já como treinador.

Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Paulo Alves, que conta no currículo com dois títulos de campeão na II Liga, passa em revista o que foi a sua experiência na Arábia Saudita, abrindo a porta a nova aventura no futebol saudita.

Questionado sobre as hipóteses de Portugal no Euro'2024, Paulo Alves coloca a seleção nacional no quadro dos favoritos à conquista do troféu na Alemanha, destacando a grande qualidade individual que está à disposição do selecionador nacional Roberto Martínez.

Arábia Saudita? Claro que se surgisse um projeto onde eu visse que existiam pés para andar, estaria disponível

Treinou na Arábia Saudita ainda antes deste 'boom' do futebol no país. Como assistiu a esta evolução? A chegada de Cristiano Ronaldo à Arábia Saudita foi fundamental para este salto de qualidade?

O futebol na Arábia Saudita tem evoluído, sobretudo depois da chegada de várias estrelas, sendo a maior Cristiano Ronaldo, que dá sempre muita visibilidade. Faltava a profissionalização e a organização, que estão agora a tentar introduzir, e acaba por ser fácil para eles porque têm elevados recursos financeiros e conseguem levar quem entenderem. A continuar desta forma, a liga tem tendência a melhorar porque, de facto, os recursos são ilimitados e vão criando condições para continuar a crescer. Quando estive lá não era assim, mas agora cada vez mais há centros de alto rendimento, por exemplo. 

E regressaria lá nos dias de hoje para uma nova experiência?

Sim, claro que regressaria. Se fosse um projeto mais consistente e mais sólido, mas, tirando os clubes maiores, onde, de facto, já existe uma boa organização e uma boa profissionalização, é preciso ter alguma sorte porque um treinador na Arábia Saudita não consegue controlar o contexto. Depende muito de quem dirige os clubes e da capacidade que as pessoas têm para fazer equipas competitivas. Mas claro que se surgisse um projeto onde eu visse que existiam pés para andar, estaria disponível.   

É na Arábia Saudita que o Paulo, certamente, tem algumas das suas melhores memórias futebolísticas a propósito da conquista do mundial sub-20 em Riade. Que recordações tem desse Mundial? Foi um dos pontos altos desta sua já longa vida ligada ao futebol?

É um dos pontos mais altos da minha carreira, sem dúvida. Ter sido campeão do mundo é um orgulho e uma marca que vai morrer comigo, sobretudo num tempo em que para Portugal participar e chegar ali já era muito bom. São memórias extraordinárias e que ficam para sempre. O facto de ter sido na Arábia ainda tornou o acontecimento mais mítico. 

Mudemos o foco para o Euro'2024. Portugal qualificou-se agora para os quartos de final, e vai medir forças com a França. Do que tem visto até agora, acredita que a seleção pode conquistar de novo um Europeu?

Eu acredito que Portugal pode conquistar o título Europeu. Pelo lote de jogadores com que contamos, temos de ter a aspiração em ser felizes. Não há como fugir disso, embora me pareça que, de facto, ainda temos um bocadinho aquela história do oito ao oitenta. Falta-nos ser um pouco mais consistentes porque sem isso, neste tipo de competições, se tivermos um jogo menos bom, as coisas podem complicar-se. Podemos bater-nos contra qualquer adversário. 

E quem acredita que pode vir a fazer a diferença neste torneio? Ou a seleção vale-se por todo o conjunto? 

A seleção tem sempre de valer pelo conjunto, pelo seu todo. Tem de ter consistência a todos os níveis. A equipa tem de ter um espírito coletivo acima de tudo. Essa será sempre a base das equipas campeãs. Temos inúmeros jogadores que podem decidir, que podem ser a tal figura, desde Cristiano Ronaldo a Bernardo Silva, Jota ou Rafael Leão... Se tivermos esse espírito de sacrifício de ganhar em equipa, seremos um dos mais fortes candidatos. 

A propósito de seleções, gostaria de um dia treinar numa seleção?

Não sei, não me vejo ainda a treinar seleções, mas pode ser que um dia essa possibilidade surja. Depende das circunstâncias... Por experiência própria posso dizer que é muito diferente treinar um clube e uma seleção. Mas o futuro o dirá...

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